O grupo Falic, um dos maiores conglomerados de varejo das Américas, que opera lojas duty-free nos principais aeroportos dos Estados Unidos e em vários países da região, está expandindo sua atuação para o setor de notícias. A empresa anunciou um acordo com a Bloomberg para criar a Bloomberg Línea, plataforma de jornalismo de negócios destinada aos mercados da América Latina e Caribe, reunindo conteúdo local e originado pela Bloomberg.
A entrada em operação está prevista para o fim deste ano. O acesso integral ao noticiário será pago, mas o serviço oferecerá teasers gratuitos em áudio e vídeo, assim como outros que atuam no mesmo segmento. No dia 15 de maio, aReuters anunciou a decisão de adotar o paywall, com planos de passar a cobrar US$ 34,99 por mês dos assinantes.
Outros canais de notícias financeiras também cobram pelo conteúdo, a começar pela própria Bloomberg.com, que tem assinaturas por US$ 34,99 por mês antes dos descontos. O Wall Street Journal, que em 1996 se tornou o primeiro a lançar um acesso pago, cobra US$ 38,99.
Para tocar o novo negócio, o grupo criou um braço de notícias, o Falic Media. A sede da Bloomberg Línea será no Panamá, apoiada por escritórios em Brasil, México, Colômbia, Chile, Uruguai, República Dominicana e França.
Sediado nos Estados Unidos, o Falic Group of Companies é de propriedade dos irmãos Leon, Jerome e Simon Falic. Leon Falic é o CEO do braço de mídia. Ao anunciar a associação com a Bloomberg, o empresário destacou o potencial da região e a intenção de disputar fortemente o mercado de notícias de negócios.
“A Bloomberg Línea será a plataforma número um de seu tipo, voltada para um público que anseia por esse conteúdo há anos. Vai entregar conteúdo de qualidade, chegando ao mercado em diferentes fusos horários, cobrindo uma região que está crescendo mais rápido do que qualquer outra no mundo digital.”
O brasileiro Kaio Philipe foi escolhido para liderar o projeto, como COO (Chief Operating Officer). Ele já atuou em Bloomberg Media, Google, Baidu e Kayak.
A nova plataforma de notícias de negócios combinará conteúdo da Bloomberg traduzido e reportagens locais produzidas por uma equipe de mais de 70 funcionários, abordando negócios, assuntos internacionais, mercados, indústrias, cultura, estilo de vida, ciência e tecnologia. O noticiário será oferecido em várias plataformas, incluindo desktop, celular, aplicativo e mídias sociais.
A Bloomberg Línea vai aproveitar os recursos globais da Bloomberg Media, incluindo os 2.700 jornalistas e analistas da Bloomberg em 120 países. O conteúdo gerado na região será também compartilhado com a Bloomberg. Carlos Rodriguez, editor sênior da Bloomberg e ex-chefe do escritório da empresa na Cidade do México, atuará como produtor executivo da Bloomberg Línea.
No Brasil, a sede da redação será em São Paulo e terá cerca de 40 profissionais. Algumas contratações já foram feitas, como Toni Sciarretta (ex-Valor Econômico e Folha de S.Paulo, que será diretor de Jornalismo no Brasil; Graciliano Rocha (ex-BuzzFeed e Folha de S.Paulo, como editor sênior; Laura Morais (ex-Exame e Kayak), como diretora Martech Latam; e Bruno Megale (ex-Band e HBO, como vice-presidente de vendas.
Para a equipe de língua espanhola foram anunciados os nomes de Alejandro Ángeles (ex-Forbes México), como diretor de Notícias Latam; Andrés Garibello (ex-Forbes), como editor sênior de Chile, Colômbia e Peru; Jimena Tolama (ex-Expansion e El CEO), como editora sênior do México; Francisco Aldaya (ex- S&P), como editor sênior da Argentina; e Demion Bio (ex-Infobae), como editor Central Desk.
Diversificação
O novo negócio de mídia vai se somar a um portfólio diversificado administrado pelo grupo. O Falic Group of Companies tem forte atuação no segmento de varejo de viagem, administrando lojas duty-free nos principais aeroportos da região por meio da Duty Free Americas, com mais de 150 pontos de venda.
Opera lojas de presentes, de produtos de grifes internacionais, bancas de jornal, comércio de conveniência, e-commerce, postos de gasolina e hotéis. Tem escritórios em Nova York, Miami, México, Panamá, Colômbia, Venezuela, Brasil, Uruguai, Chile, República Dominicana, Haiti, Israel, Hong Kong e Cingapura.
A diversificação para o setor de notícias de negócios vem em um momento em que o setor de viagens foi fortemente afetado pela pandemia. Em entrevista ao The Moodie Davitt Report em agosto de 2020, Leon Falic disse que o a Duty Free Americas (DFA) continuaria a diversificar, buscando novos canais e territórios para se proteger contra crises futuras e investir em crescimento.
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