Depois de ter a casa em que mora alvejada por tiros hĆ” duas semanas, o repĆ³rter Ć”rabe Hassan Shaalan, que trabalha no Yediot Aharonot, um dos veĆculos de maior tiragem de Israel, teve a casa para onde iria se mudar atingida por uma bomba. Apesar dos danos materiais nĆ£o houve feridos, jĆ” que a famĆlia ainda nĆ£o estĆ” morando no imĆ³vel.
A FederaĆ§Ć£o Internacional dos Jornalistas (IFJ) pediu Ć s autoridades israelenses que investiguem os ataques e tomem medidas urgentes para garantir a seguranƧa de Shaalan e sua famĆlia. O secretĆ”rio-geral da IFJ, Anthony Bellanger, disse:
āAs autoridades israelenses devem garantir que esses ataques sejam investigados minuciosamente e que os agressores sejam punidos por seus crimes. ā
A organizaĆ§Ć£o RepĆ³rteres sem Fronteiras tambĆ©m se manifestou sobre o atentado:
#Israel: unidentified gunmen shot at @ynetnews reporter Hassan Shaalan's home and barely missed his children. Shaalan was investigating a murder and had already received death threats. @RSF_inter calls on the authorities to do everything within their power to protect him. pic.twitter.com/em9Oix1bQA
— RSF in English (@RSF_en) June 4, 2021
O jornalista investigou o crime organizado em cidades Ć”rabes israelenses, e recentemente cobriu a onda de motins que eclodiram em bairros e cidades Ć”rabes, em maio, durante a operaĆ§Ć£o militar israelense āGuardiĆ£o das Muralhasā.
Para Hassan Shaalan, nĆ£o hĆ” dĆŗvida de que esses ataques sĆ£o direcionados e vinculados ao seu trabalho jornalĆstico. Durante o ataque armado, ele ouviu os agressores gritando seu nome.
āEsses criminosos queriam mandar uma mensagem – Ć© melhor vocĆŖ ficar calado. Eles nĆ£o querem que relatemos o que estĆ” acontecendo na sociedade Ć”rabe. NĆ£o tenho medo de ninguĆ©m. Continuo trabalhando normalmenteā.
A polĆcia israelense abriu uma investigaĆ§Ć£o sobre o tiroteio e a explosĆ£o, mas nenhum suspeito foi preso.
Hassan Shaalan jĆ” recebeu vĆ”rias ameaƧas de morte e sofreu ataques das forƧas de seguranƧa israelenses enquanto fazia seu trabalho. Ele denunciou a impunidade da violĆŖncia policial contra jornalistas.
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