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Tiros e bomba: repórter de um dos maiores jornais de Israel é alvo de dois atentados em duas semanas

Jornalista Haasan Shaalan - foto: Ynet/Divulgação: IFJ

Depois de ter a casa em que mora alvejada por tiros há duas semanas, o repórter árabe Hassan Shaalan, que trabalha no Yediot Aharonot, um dos veículos de maior tiragem de Israel, teve a casa para onde iria se mudar atingida por uma bomba. Apesar dos danos materiais não houve feridos, já que a família ainda não está morando no imóvel.

No primeiro atentado, as balas atravessaram as paredes da casa, na cidade de Taibeh e atingiram o quarto de seus filhos “As balas passaram por cima das cabeças das crianças, é um milagre que tenham sobrevivido”, disse Shaalan ao jornal Haaretz. Tiros também foram disparados contra o carro do repórter.

A Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ) pediu às autoridades israelenses que investiguem os ataques e tomem medidas urgentes para garantir a segurança de Shaalan e sua família. O secretário-geral da IFJ, Anthony Bellanger, disse:

“As autoridades israelenses devem garantir que esses ataques sejam investigados minuciosamente e que os agressores sejam punidos por seus crimes. ”

A organização Repórteres sem Fronteiras também se manifestou sobre o atentado:

https://twitter.com/rsf_en/status/1400835883050360834

O jornalista investigou o crime organizado em cidades árabes israelenses, e recentemente cobriu a onda de motins que eclodiram em bairros e cidades árabes, em maio, durante a operação militar israelense “Guardião das Muralhas”.

Para Hassan Shaalan, não há dúvida de que esses ataques são direcionados e vinculados ao seu trabalho jornalístico. Durante o ataque armado, ele ouviu os agressores gritando seu nome.

 “Esses criminosos queriam mandar uma mensagem – é melhor você ficar calado. Eles não querem que relatemos o que está acontecendo na sociedade árabe. Não tenho medo de ninguém. Continuo trabalhando normalmente”.

A polícia israelense abriu uma investigação sobre o tiroteio e a explosão, mas nenhum suspeito foi preso.

Hassan Shaalan já recebeu várias ameaças de morte e sofreu ataques das forças de segurança israelenses enquanto fazia seu trabalho. Ele denunciou a impunidade da violência policial contra jornalistas.

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