Ao anunciar nesta quinta-feira (24/6) a decisão de abrir capital na bolsa de Nova York, o CEO do BuzzFeed não economizou modéstia ao falar sobre como vê o negócio.
“BuzzFeed é hoje o líder inquestionável de uma nova geração da mídia. Nós construímos um conjunto de marcas essenciais, amadas pelo público mais diversificado, engajado e fiel da internet.”
Jonah Peretti, que continuará como CEO depois que a empresa for listada, quer ir além. Ele disse que a entrada na Bolsa de Valores, com o símbolo BZFD, será “o próximo passo na evolução da companhia, trazendo capital e experiência global”.
Leia também: Análise | Confiança no jornalismo e exemplos de sucesso apontam norte para mídia no mundo pós-Covid
O modelo escolhido pela BuzzFeed, fundada há 15 anos e com sede em Nova York, não foi o de um IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações). Ela fez uma fusão com a empresa de aquisição de propósito especial (SPAC) 890 Fifth Avenue Partners Inc.
Segundo analistas financeiros, a opção por uma SPAC pode reduzir em até 75% o tempo que uma empresa leva para colocar suas ações em bolsa, destacando as expectativas de crescimento em vez do desempenho financeiro existente. Foi o que o BuzzFeed salientou, explicando que a estimativa do valor da empresa, US$ 1,5 bilhão, era uma projeção.
Buzzfeed se move em direção ao entretenimento
Com os recursos da fusão, a empresa também anunciou planos de adquirir a Complex Networks, uma rede global de entretenimento destinada às gerações Y e Z, que hoje pertence à gigante da telefonia Verizon e à editora Hearst. Vai investir US$ 300 milhões no negócio.
No final do ano passado, o BuzzFeed pagou uma quantia não revelada à Verizon Media pela HuffPost, outra marca de mídia com forte apelo para o público mais jovem.
O momento é bom para o movimento anunciado. A empresa reportou US$ 321 milhões em receita e lucro de US$ 31 milhões em 2020. De acordo com uma apresentação recente para investidores, o faturamento projetado para 2022 é mais do que o dobro, US$ 654 milhões.
A BuzzFeed joga em muitas áreas. Tem marcas de mídia cobrindo estilo de vida, licencia produtos de consumo como alimentos e utensílios de cozinha e não perdeu o jornalismo de vista. Ganhou há duas semanas o Prêmio Pulitzer de Reportagem Internacional em 2021, por sua cobertura dos campos de internamento de Xinjiang como parte da campanha da China contra os uigures.
Leia também
Brasil está entre os sete países onde o povo mais confia na imprensa