O NHS, sistema público de saúde britânico, apelou para um estilo que é parte da tradição cultural do país para a sua nova campanha de mobilização para convencer o público a tomar a vacina contra a Covid-19: os musicais. O filme começou a ser veiculado neste sábado (3/7) e reúne celebridades interpretando um tema do clássico musical Sweet Charity, de 1966.
O número chama-se The Rhythm of Life (O Ritmo da Vida) e é estrelado por um time de artistas dos musicais do West End, onde ficam os teatros que exibem os grandes shows, usando o emblema do NHS e as cores azuis de sua marca. Eles são acompanhados por um elenco de celebridades da música pop, de filmes e de novelas.
Enquanto os dançarinos fazem a coreografia, com sapatos e botas azuis, as celebridades aparecem dizendo que já tomaram a vacina e convocando o público a fazer o mesmo. A letra diz que “o ritmo da vida é uma coisa poderosa”, em alusão à retomada das atividades normais depois que todos estiverem imunizados.
O filme da campanha começa com o ator Jim Broadbent, vencedor dos prêmios Oscar e Bafta e que fez o personagem Horace Slughor em Harry Potter, entrando em um teatro vazio e escuro – uma cena que se tornou comum na terra dos musicais devido ao isolamento social.
Ele senta diante do palco e a performance começa, com atores de musicais e novelas com Don Warrington, Russell Tovey e Colin Salmon, que já também já estrelou filmes de James Bond.
No fim do número, Broadbent encerra lembrando que “basta tomar uma vacina”. David Walliam, escritor e ator de comédias que também participa da campanha, disse:
“Como fazemos no filme, quero implorar a todos que tomem sua vacina quando chamados, para que possamos voltar ao ritmo de vida que amamos, cantando e dançando.”
A primeira versão de Sweet Charity foi dirigida na Broadway por Bob Fosse, que também dirigiu o filme de mesmo nome, estrelado por Shirley MacLaine. No Brasil o filme foi lançado como Charity, Meu Amor.
O Reino Unido tem um dos mais avançados programas de vacinação do mundo, mas ainda enfrenta o desafio da recusa de parte da população a se vacinar. Segundo a pesquisa mais recente do órgão de estatísticas do Governo, a hesitação de de 13% entre jovens e chega a 21% entre os negros.