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Nova editora reforça foco do Washington Post em redação diversa e inovação nas plataformas digitais

Sally Buzbee, nova editora executiva do Washington Post. (Reprodução/Twitter)

Sally Buzbee, a primeira mulher a liderar a redação do Washington Post em 144 de vida do jornal, usou sua prerrogativa de editora executiva para se dirigir aos leitores em email enviado na última semana. Além de ressaltar a empolgação com o desafio e agradecer e enaltecer os colegas de ofício, ela afirmou também as linhas de ação da publicação nos anos a seguir.

A primeira questão destacada por Sally foi a diversidade. Em um momento em que há um esforço nas redações, de Washington a Londres, passando por São Paulo e outros grandes centros, de atender esse chamado por uma mudança na composição das equipes e das pautas do jornalismo diário, o Post não poderia deixar de exercer sua influência. 

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“Trabalharemos diariamente para garantir que a gama crescente e diversificada de vozes em nossa redação seja ouvida e refletida, e que estejamos encontrando e contando com afinco as histórias que destacam as experiências de nossos diversos leitores”, afirma Buzbee.

Se até mesmo os desenhos animados se tornam mais diversos, com personagens LGBTQ, e o futebol se impõe como nunca contra o racismo, nas redações jornalísticas, espera-se, não poderia ser diferente. 

“Mais reportagens premiadas em vídeo e áudio”, promete editora

Outra questão sinalizada por Buzbee foi a narrativa jornalística. Quando, em 2021, podemos considerar o conceito de “mobile first” algo consolidado e irreversível, o jornalismo de qualidade avança na direção de se apresentar através de histórias impactantes e cativantes nos formatos de apelo digital. Afinal, o tiktoker de hoje será o assinante de manhã.

“Estamos combinando nosso legado de jornalismo investigativo baseado em fatos e fontes profundas com inovação digital de ponta, mantendo-nos na vanguarda do futuro do jornalismo para que você esteja informado e satisfeito. Espere por mais reportagens premiadas em vídeo e áudio e apresentações gráficas perspicazes, bonitas e envolventes”, coloca a editora executiva.

Presença ampliada do Washington Post na Europa e na Ásia

Obviamente o Post conhece seus pontos fortes e só pretende reforçá-los. O jornalismo investigativo e presente da publicação, a segunda com mais assinantes digitais no mundo, avança em escala mundial, com a consolidação de bases do jornal na Europa e Ásia. 

O jornal anunciou planos de abrir escritórios em Londres e Seul este ano, o que permitirá que suas redações façam reportagens 24 horas por dia. Também terá bases em Sydney e Bogotá, ampliando a presença para 26 mercados internacionais.

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Segundo Buzbee, o foco é aumentar as coberturas em tempo real, e a impressão de onipresença do jornal, no melhor estilo “breaking news”. A presença em diferentes continentes dá ao Post “a capacidade de cobrir eventos ao vivo conforme eles acontecem ao redor do mundo, então você pode contar conosco para notícias a qualquer hora, seja na Austrália ou no Capitólio [em Washington]”, destaca.

Candidata foi “escolha unânime” na cúpula do Post

Buzbee, de 55 anos, assumiu a liderança de uma redação de quase mil profissionais. A nova editora executiva sucede Martin Baron, que se aposentou no final de fevereiro após atuar no jornal por cerca de oito anos.

Ela foi a “escolha unânime” para o cargo após entrevistas com o CEO Fred Ryan e Jeff Bezos, fundador da Amazon, que é dono do jornal desde 2013.

Depois de se formar na University of Kansas em 1988, Buzbee começou sua carreira como repórter da agência AP (Associated Press) no Kansas. Ela também foi repórter em Los Angeles, San Diego e Washington. 

Em 1996, assumiu como subchefe do escritório em Washington. No início de 2004, foi editora regional da AP para o Oriente Médio no Cairo, supervisionando a cobertura da Guerra do Iraque. Possui um MBA pela Universidade de Georgetown.

Buzbee vinha dirigindo a Associated Press desde 2017. A agência de notícias, sediada em Nova York, tem 2.800 jornalistas profissionais.

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