Londres – Pouco mais de um mĂȘs depois da morte do jornalista investigativo holandĂȘs Peter De Vries, assassinado por pistoleiros no centro de AmsterdĂŁ, o MinistĂ©rio PĂșblico do paĂs marcou para o dia 18 de outubro a primeira audiĂȘncia dos suspeitos do atentado, que aconteceu no dia 7 de julho.O rapper de Rotterdam Delano G. e um polonĂȘs de 35 anos, foram presos logo apĂłs o ataque. O polonĂȘs teria dirigido o carro da fuga.
Mas os advogados de defesa de Nabil B., um ex-integrante da quadrilha do narcotraficante Ridouan Taghi que se tornou informante da polĂcia nos processos contra ele e vinha sendo assessorado por De Vries, abriram uma guerra com o governo.
Em entrevista coletiva na semana passada, Peter Schouten Onno de Jonge atacaram duramente a condução das investigaçÔes sobre a morte do jornalista, cobrando a instauração de um comitĂȘ independente para investigar as circunstĂąncias do atentado e tambĂ©m o esquema de proteção oferecido ao jornalista depois que recebeu ameaças.
Em resposta, o governo anunciou no mesmo dia que iria incluir um um professor de direito penal Ă equipe, e afirmou confiar no trabalho imparcial dos profissionais envolvidos.
Na coletiva, os advogados demonstraram claramente frustração e raiva, segundo relatos da imprensa holandesa. Eles questionaram a fragilidade da segurança de Peter R. de Vries, e pediram que a morte do irmĂŁo da testemunha-chave do caso e de um de seus advogados tambĂ©m sejam incluĂdas nas investigaçÔes.
Eles admitiram qeu De Vries havia dispensado proteção, mas sugerem que o jornalista não teria recebido informaçÔes completas sobre os riscos.
Schouten mencionou um relatĂłrio feito por um especialista em segurança em 1Âș de março quando jĂĄ se sabia que o grupo criminoso havia elaborado uma lista de alvos. “O texto dizia que as informaçÔes atuais ‘nĂŁo levam a uma avaliação de ameaça diferente’ para nĂłs.”
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De Vries fez investigaçÔes sobre crime organizado na Holanda
Peter de Vries, de 64 anos, conhecido por suas reportagens investigativas sobre crime organizado, lutou mais de uma semana pela vida em um hospital depois de levar cinco tiros quando deixava o prédio da emissora de TV RTL Boulevard, em 6/7.
A polĂcia prendeu suspeitos logo apĂłs o crime. No dia 8/7, um rapper de RoterdĂŁ foi acusado de ter disparado contra o jornalista. Delano Geerman, 21, que se apresenta como âDemperâ ou âSlickâ tem antecedentes criminais e participa de um canal no YouTube chamado 101Barz, acusado de glorificar a violĂȘncia.
O jornal De Telegraaf apontou ligaçÔes dele com um dos principais criminosos do paĂs, Ridouan Taghi, alvo de investigaçÔes feitas por De Vries. Outro homem preso, o polonĂȘs Kamiel Egiert, de 35 anos, tem um mandado de prisĂŁo europeu pendente por furto e assaltos, emitido pela PolĂŽnia.
Jornalista sabia ser um alvo, mas negou escolta
HĂĄ dois anos, a polĂcia avisou a De Vries que ele estava na âlista de alvosâ de Taghi por dar apoio destacado Ă principal testemunha contra o criminoso. O jornalista chegou a revelar no Twitter que estava sob ameaça, mas optou por nĂŁo aceitar proteção policial.
De Vries vinha trabalhando hå um ano como conselheiro de Nabil B (nome completo foi omitido por segurança), que jå pertenceu a uma gangue e se tornou testemunha no julgamento de Ridouan Taghi. Os advogados de defesa de Nabil afirmaram recentemente que a morte do jornalista estaria ligada a este caso e sugerem unificar os processos.
Depois que âBâ foi Ă polĂcia com informaçÔes sobre o criminoso, seu irmĂŁo foi assassinado.
Seu advogado, Derk Wiersum, tambĂ©m foi morto a tiros, em 2019. Os atuais advogados da testemunha visitaram nesta sexta-feira (9/7) o hospital onde o jornalista estĂĄ internado. Detalhes sobre a sua condição mĂ©dica nĂŁo foram revelados pela famĂlia.
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