Londres – Um levantamento do instituto de pesquisas YouGov divulgado esta semana demonstra que apenas um em cada 20 britânicos (5%) considera que os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Reino Unido, estejam vencendo a luta contra o terror.
As opiniões foram colhidas em agosto, quase vinte anos depois de o presidente George W. Bush ter anunciado uma “guerra ao terror” em 2001, logo após os ataques às Torres Gêmeas de Nova York em 11 de setembro.
O resultado mostra uma piora acentuada em relação à sensação que os britânicos tinham há dez anos, quando 13% acreditavam na vitória – quase o triplo dos que ainda creem hoje.
O crescimento do pessimismo pode ter sido influenciado pelo fato de a última pesquisa ter sido conduzida em meio à caótica retirada das tropas norte-americanas e britânicas do Afeganistão em agosto passado.
O número de britânicos que acreditam que a guerra contra o terror está sendo perdida também quase triplicou no período, passando de 11% em 2011 para 31% em 2021. O restante avalia que a guerra nem esteja sendo ganha ou perdida.
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Um em cada dez britânicos acha que guerra ao terror nunca existiu
A pesquisa demonstra que a maioria dos entrevistados acha importante que o Ocidente vença a guerra ao terror, mas o dado mais surpreendente é que um em cada dez dos britânicos acredita que essa chamada guerra ao terror nunca existiu.
Outro dado interessante é que, oito anos depois de o ex-presidente Obama ter declarado que a guerra ao terror havia acabado, apenas 2% dos britânicos acredita que ela efetivamente foi superada.
Por outro lado, a grande maioria, formada por três em cada cinco dos britânicos (59%), acredita que a guerra contra o terrorismo ainda está em andamento. A maior parte dessa parcela (46%) acredita ser importante que o Ocidente vença, enquanto o restante (13%) não acha vital essa vitória.
Maioria dos britânicos reprova invasões de países em reação aos ataques
A maioria dos britânicos acha que os Estados Unidos e seus aliados, incluindo o Reino Unido, erraram ao invadir o Iraque e o Afeganistão em reação ataques de 11 de setembro.
O índice de reprovação é ainda maior com referência à invasão do Iraque, que é reprovada por mais da metade (52%) da população. A invasão do Afeganistão foi reprovada por 45% dos entrevistados.
Luta contra grupos extremistas mais importante do que contra países
Embora 40% dos entrevistados considere as duas estratégias igualmente importantes, aqueles que privilegiam uma das alternativas prefere que a luta seja focada em grupos terroristas do que na luta convencional contra países.
Mais do que a quarta parte dos entrevistas (26%) acredita que a guerra ao terror deva ser focada na luta contra grupos como a Al Qaeda ou o Estado Islâmico. Apenas 2% considera que essa luta deva ser conduzida contra países como Rússia ou China.
Felizmente (ou ingenuamente) uma parcela de 14% dos britânicos afirma que a estratégia de defesa do Reino Unido não deve se concentrar em nenhum desses dois tipos de guerra.
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