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Página de revista com origem do traje preto do Homem-Aranha bate R$ 18,5 milhões em leilão nos EUA
Redação MediaTalks
Londres – Um desenho original de uma página da revista do Homem-Aranha que conta a história da origem do traje preto do herói foi arrematado por US$ 3,36 milhões (R$ 18,578 milhões ) em um leilão de quadrinhos vintage nesta quinta-feira (13/1) nos Estados Unidos. O resultado confirma o alto valor do personagem para colecionadores de cultura pop.
O preço é o mais alto já pago pelo desenho de apenas uma página de revista em quadrinhos, segundo a casa de leilões Heritage Auctions, uma das maiores do mundo de itens colecionáveis.
Em setembro de 2021, o Homem-Aranha já havia batido o recorde de compra de uma revista em quadrinhos vintage. Um exemplar da Amazing Fantasy número 15, de 1962, na qual o super-herói faz sua estreia, havia sido vendido por US$ 3,6 milhões pela mesma casa de leilões.
Super-Homem x Homem Aranha
Segundo a Heritage Auctions, o vendedor da página que virou destaque no leilão havia comprado a peça no final dos anos 80 e acabou recompensado pela alta valorização de quadrinhos vintage.
O valor é atribuído pela casa de leilões ao fato de que a ilustração mostra uma mudança de curso da narrativa do Homem-Aranha. Aos poucos, o traje preto acabou se transformando na vestimenta do vilão conhecido como Venom.
Divulgação Heritage Auctions
Joe Mannarino, Diretor de Quadrinhos da Heritage Auctions, disse.
“O resultado do leilão prova que a arte dos quadrinhos é tão amada e valorizada quanto os filmes dos personagens nas telas.”
As cifras não deixam dúvidas. O leilão completo atingiu US$ 12,990 milhões, com a venda de todas as peças oferecidas, em apenas 90 minutos.
Apesar do brilho do Homem-Aranha, o Super-Homem não tem do que se envergonhar. Uma das peças arrematadas foi uma cópia do primeiro exemplar da revista Action Comics, que marca a estreia do personagem, arrematada por US$ 3,180 milhões.
Em abril de 2021, outro exemplar da mesma revista havia trocado de mãos por US$ 3,25 milhões.
Homem-Aranha x Hulk
O sucesso financeiro não se restringe aos que apostam nos quadrinhos do Homem-Aranha. A última versão cinematográfica do herói, Spider-Man: No Way Home, faturou mais de US$ 1,5 bilhão globalmente em quatro semanas, conquistando o posto de oitavo filme de maior bilheteria em todo o mundo.
Além de ser um dos maiores blockbusters das telas de cinema na história, o Homem-Aranha também demostra ser mais poderoso no mercado pop do que seus companheiros na luta contra o mal.
Além de atingir preços mais altos do que o Super-Homem, ele também se mantém à frente do Hulk.
Em dezembro de 2021, um exemplar raro da primeira edição da revista do Incrível Hulk, publicada em 1962, alcançou R$ 2,78 milhões em uma venda feita pelo pelo site americano de leilões ComicConnect.
Virou a edição número 1 mais cara já vendida na história do personagem, que quando foi lançado tinha a cor cinza.
No leilão da empresa sediada em Dallas realizado nesta quinta-feira, a página da revista do Homem-Aranha de autoria do desenhista Mike Zeck começou a ser oferecida pelo lance mínimo de US$ 330 mil, mas rapidamente superou a marca de um milhão de dólares, até chegar ao valor final em uma disputa acirrada.
A página 4 da mesma revista foi vendida por US$ 288 mil.
A sessão registrou ainda um novo recorde de preço para obras assinadas pelo lendário artista e criador de quadrinhos Steve Ditko. Sua página inicial do Amazing Spider-Man Nº 37 de 1966, que mostra a primeira aparição conhecida de Norman Osborn (o Duende Verde), foi vendida por US$ 336 mil.
Uma peça do desenhista Dave Cockrum também alcançou um novo recorde em leilões. Sua ilustração da capa original da revista X-Men Nº 107 de 1977, repleta de estrelas, abriu com lances de US$ 80 mil e foi objeto de uma guerra que elevou o preço final para US$ 360 mil.
Não muito atrás, a capa original de autoria de Ed Hannigan e Klaus Janson para a revista G.I.Joe Nº 21, da Marvel, foi arrematada por US$ 312 mil.
O leilão vendeu também outra história em quadrinhos por mais de um milhão de dólares: uma cópia classificada como CGC Very Good+ 4.5 (escala que atesta o estado de conservação) da revista Detective Comics Nº 27. A raridade foi comprada por US$ 1,140 milhão.
Mercado de quadrinhos vintage em ascensão
A procura por quadrinhos vintage por colecionadores deixou de ser apenas uma atividade de fã para se tornar um grande negócio, que cresceu de forma mais acelerada a partir de 2020.
Com a pandemia, muitos leilões passaram a ser realizados apenas online, aumentando a visibilidade das ofertas que antes ficavam restritas a iniciados que sabiam onde vasculhar raridades. E assim os vendedores compreenderam melhor a fortuna que poderiam ter em mãos.
O mercado não é organizado, e não contabiliza as vendas feitas diretamente entre pessoas que negociam por meio de plataformas de mídias sociais.
Mas os números públicos das casas de leilão como a Heritage Auction ajudam a dimensionar o valor do mercado de quadrinhos vintage.
Um leilão realizado pela empresa em junho de 2021 registrou vendas totais de US$ 22,4 milhão, superando a marca anterior, que era de US$ 16,5 milhão.
A estrela foi um conjunto chamado The Promise Collection, composto por 5 mil revistas em quadrinhos compradas em bancas na década de 40 e preservadas em perfeitas condições por 70 anos.
Na ocasião, apenas um lote de 181 delas rendeu US$ 7,1 milhões em apenas quatro horas. E outras estão sendo oferecidas gradativamente em novos leilões.
Para quem tem revistas em quadrinhos esquecidas em armários, vale conferir se entre elas há alguma raridade oculta. Existem clientes ávidos por elas.
