Londres – A organização britânica One World Media abriu inscrições para o seu programa de bolsas para jornalistas e filmmakers.

Serão 12 bolsistas selecionados para a mentoria de projetos não-ficcionais, que podem ser desenvolvidos em qualquer formato: audiovisual, publicação impressa, áudio, fotojornalismo e multimídia.

O subsídio será no valor de £ 1 mil, cerca de R$ 6,8 mil na cotação atual. Profissionais em início de carreira ou que queiram dar visibilidade internacional aos seus trabalhos são incentivados a se candidatar, assim como minorias étnicas, pretos, mulheres, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência.

Curso online auxilia jornalistas interessados na bolsa

As inscrições podem ser feitas até 29 de março no site do programa. Os selecionados serão revelados em maio.

A proposta é retratar histórias desconhecidas ou pouco exploradas em países do Sul Global, incluindo o Brasil e outras nações da América do Sul, África, Caribe, Oriente Médio e Ásia Meridional. Os bolsistas terão o apoio de mentores especializados para desenvolver o projeto.

Pessoas de qualquer parte do mundo podem se candidatar, desde que o tema do projeto aborde questões de países do hemisfério Sul.

Um curso online e gratuito oferecido pela ONG auxilia candidatos a se preparem para o processo seletivo. 

Nele, profissionais interessados na mentoria receberão ajuda para desenvolver o tema do projeto, preparar a proposta para a inscrição e ter exemplos de reportagens selecionadas para o programa.

Leia também 

Prêmio global de jornalismo ambiental abre inscrições para profissionais, estudantes e veículos de mídia

Projetos financiados pela bolsa devem seguir padrão jornalístico

Para se inscrever no programa de bolsas, é necessário que o projeto esteja em fase de pré-produção, ou seja, que os primeiros contatos com as fontes já estejam estabelecidos e elas tenham demonstrado interesse em participar da reportagem.

A abordagem do tema precisa ser envolvente e o conteúdo precisa ser original. Além disso, o formato deve ser pensado para veiculação em meios de comunicação tradicionais.

“Estamos à procura de jornalismo ou documentários genuínos. Financiaremos projetos que possam sair em jornais, revistas, rádios, canais de TV, sites de notícias profissionais e plataformas online.”

Os projetos desenvolvidos na mentoria da One World Media devem ser finalizados em um ano. Para filmes, a duração não pode ultrapassar 30 minutos.

As propostas também devem considerar questões éticas e de segurança dos profissionais envolvidos, e demonstrarem comprometimento com a prática jornalística.

Os organizadores da bolsa destacam que não buscam histórias que cubram “simplesmente os aspectos negativos” das regiões mais pobres do globo sem levar em consideração o contexto socioeconômico de cada local.

Por isso, é necessário que os inscritos mostrem vontade de trabalhar com a população local para a coprodução do conteúdo.

Além do subsídio de £ 1 mil, os projetos selecionados ganharão um produtor executivo para auxiliar no desenvolvimento da reportagem. Mentoria, workshops e webinars online com especialistas da área também farão parte da assistência de um ano prestada pela ONG.

Leia também

AFP reorganiza redação em Paris e cria unidade especializada em jornalismo ambiental

Como jornalistas e filmmakers podem concorrer à bolsa

As inscrições para o programa de bolsas da One World Media são gratuitas e podem ser feitas até o dia 29 de março.

Os interessados devem acessar ou criar uma conta de usuário no site do programa. Após preencher um formulário na plataforma, é preciso fazer o upload dos documentos requisitados e de uma carta de recomendação.

É possível enviar mais de uma proposta, porém uma inscrição deve ser feita para cada projeto.

Brasileiros foram premiados no último One World Media Awards

Duas produções brasileiras foram premiadas no One World Media Award 2021, competição que reconhece trabalhos de jornalismo no hemisfério Sul em 15 categorias.

O documentário Amazônia Sociedade Anônima, do diretor Estêvão Ciavatta, foi eleito o melhor em Impacto Ambiental. Já a Record TV levou o prêmio na categoria Documentário de TV, com Agricultoras Violentadas.

Além dos dois vencedores, o documentário Mercúrio, uma chaga na Amazônia foi um dos três finalistas em Impacto Ambiental. O projeto foi realizado pela InfoAmazonia, uma rede de jornalistas que investiga questões ambientais nos nove países da região.

A investigação foi conduzida em quatro países durante um ano, envovendo jornalistas da Armando.Info, na Venezuela, e do Fantástico. Em 2020, o Fantástico exibiu uma reportagem especial como resultado do trabalho do consórcio.

Leia também

Final feliz | Pai e filho refugiados sírios retratados em foto premiada ganham asilo e próteses na Itália