Londres –  Um vídeo sobre a Amazônia está entre os finalistas do prêmio de fotografia Earth Photo 2022, competição anual promovida pelo Forestry England e pela Royal Geographical Society.

“Regenativ”, produzido pelo fotógrafo e cineasta Lewis Leven Ozcan, documenta um projeto de sustentabilidade na comunidade indígena dos Hung Kuin, no Acre.

O curta mostra que os problemas enfrentados pelos povos da Amazônia, que ganharam ainda mais visibilidade depois do assassinato do jornalista britânico Dom Philips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, podem ser amenizados com ações que engajem os que vivem na floresta e valorizem o conhecimento ancestral. 

Vídeo da Amazônia  exposto em Londres 

O Earth Photo é uma das principais competições de imagens sobre problemas e soluções para questões ambientais. 

Entre milhares de trabalhos de todo o mundo, 56 fotos e vídeos  de 35 artistas foram selecionados este ano e estão sendo expostos na Royal Geographical Society, em Londres.

As fotos e os vídeos foram escolhidos por um júri composto por especialistas em fotografia, cinema, geografia e ecologia, presidido pela fotógrafa vencedora do Prêmio Pulitzer, Marissa Roth.

O vídeo sobre a Amazônia de Leven Ozcan tem entrevistas com membros da comunidade Hung Kuin descrevendo os efeitos do desmatamento sobre a floresta e o sofrimento causado pela destruição. 

Um dos líderes da comunidade afirma que o rio  perdeu profundidade por causa do sol mais quente depois do desmatamento das margens para criação de pastos. E denuncia o risco de faltar água quando as árvores são derrubadas. 

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“Regenativ” from Gezmek Films on Vimeo.

O projeto Regenativ proporciona recursos e educação para a comunidade manter suas tradições e gerar renda. 

Há três meses, os povos indígenas brasileiros também foram tema de ensaios fotográficos premiados em importantes concursos de fotografia internacionais. 

O fotógrafo Lalo de Almeida foi um dos vencedores do World Press Photo com uma série sobre o impacto da devastação da Amazônia sobre os que vivem na região, e Ricardo Teles foi premiado no Sony Photo Awards com um ensaio sobre o ritual Kuarup do Xingu. 

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Conheça os trabalhos que concorrem com o vídeo da Amazônia

O vídeo de Lewis Leven Ozcan sobre a Amazônia concorre ao prêmio com outros cinco trabalhos.

São imagens e depoimentos que alertam para os riscos corridos pelo planeta e também apresentam soluções para as ameaças. 

ENNI-KUKKA TUOMALA, FOREST EMPATHY: UNDERSTANDING THE PERSPECTIVES OF TREES, 2021

Em “Entendendo a perspectiva das árvores” a artista plástica finlandesa radicada em Londres explora superfícies e paisagens secas, um clamor pela situação das florestas. 


ROSA RODRIGUEZ, THE WHITE LINE, 2019

Em “A Linha Branca”, a fotógrafa espanhola Rosa Rodriguez apresenta uma sequência de fotografias feitas no Círculo Polar Ártico, representando a insignificância do ser humano diante da natureza, em um lugar quase intocado “onde céu e terra se tornam um só”. 

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MARTA TEA, ACTS OF RESISTANCE, 2022

Em “Atos de Resistência”,  a artista Tea Marta retrata o impacto da ação do homem em uma área protegida do delta do rio Danúbio Romênia, onde áreas desertificadas afastaram os residentes e trouxeram pobreza e isolamento para os que ficaram para trás, resistindo como podem às mudanças. 

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CHRISTINE GROSART, GHOST FISHING UK EM BRIGHTON, 2021

O vídeo de Christine Grosart documenta o trabalho de recolhimento de redes de pescas abandonadas  nas águas de Brighton, na Inglaterra, feito pelo projeto Ghost Fishing UK.

As redes são um dos grandes problemas dos mares em todo o mundo, vitimando criaturas marinhas que ficam presas nelas. 

O trabalho envolve também educação ambiental para crianças de escolas. 

 


CAROLYN BLACK, PROSPECTING NOW & THEN, 2021

O filme foi feito para um projeto chamado Watermark – organizado pelo Walking The Land Group, e  mostra uma renderização em vídeo de uma visão panorâmica da península de Arlingham, na Inglaterra, onde a fotógrafa mora.

O logotipo do Google é obrigatório – e também faz um comentário sobre como nos relacionamos com a paisagem – nós o vemos com bastante frequência através de satélites antes de experimentá-lo. Isso nos mantém distantes da realidade da experiência vivida do lugar.

Até 2041, se as previsões estiverem corretas, a maior parte da Península estará debaixo d’água. Colinas serão ilhas.”

 

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