Londres – Ministro do Supremo Tribunal Federal desde 2013, Luís Roberto Barroso, voltou a Oxford neste sábado, 25, para participar do Brazil Forum UK, promovido por acadêmicos brasileiros que estudam no Reino Unido – e foi interrompido por manifestantes defensores do voto impresso enquanto falava.
Uma das principais preocupações de Barroso, em ano de eleições, é o enfraquecimento da imprensa profissional e a força que as mídias sociais vêm ganhando.
Segundo ele, 79% dos brasileiros têm atualmente o WhatsApp como principal fonte de informação. “Vivemos um momento extremamente disruptivo em relação à comunicação social”.
Protestos por posição de Barroso sobre voto impresso
O ministro falou em Oxford para uma plateia de 180 pessoas, entre acadêmicos brasileiros e representantes da comunidade de negócios do Brasil no Reino Unido.
“O avanço das mídias sociais faz com que circulem (des)informações sem compromisso com a verdade, sem aquele filtro de credibilidade exercido pelos jornalistas profissionais”, disse Barroso.
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Nem todos concordam com as opiniões do ministro do Supremo Tribunal Federal. Manifestantes fizeram um protesto diante do local do evento, entraram na palestra e atacaram o ministro, chamando-o de mentiroso no contexto de uma pergunta sobre o voto impresso.
Barroso foi criticado quando criticou a ideia da volta da contagem manual de cédulas. Uma das mulheres presentes negou que os defensores do voto impresso defendam a contagem manual.
Os manifestantes foram retirados da sala pelos organizadores do encontro. Eles também protestaram do lado de fora.
Sem se abalar, ele dedicou boa parte de sua apresentação ao impacto das redes sociais sobre a democracia.
Segundo o ministro, “a internet abriu espaço para uma série de distorções, a partir do momento em que qualquer pessoa pode se manifestar no espaço público, amplificando a desinformação e os ataques à democracia”.
Outro problema citado pelo ministro é o que ele chamou de “tribalização da vida”.
“As pessoas só falam para os seus grupos, com um discurso que se polariza, se radicaliza. A intolerância é instalada e narrativas falsas são criadas nesse ambiente digital, incitando a violência, a intolerância e a incapacidade de conversar”.
No painel chamado “Amanhã vai ser outro dia?”, em que Barroso dividiu a mesa com a diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, o ministro considerou essencial que a imprensa profissional reocupe de espaço na luta contra a desinformação e no fortalecimento da democracia.
O ministro Barroso enfrentou a ira de manifestantes no evento por causa do voto impresso e respondeu com a frase de encerramento: “precisamos resgatar a civilidade, que é a capacidade de discutir fatos e emitir opiniões com respeito ao outro”.
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Que bom que temos hoje a internet pra democratizar opiniões, sem ficar nas mãos de poucos “jornalistas profissionais” que são pagos pra falar o que os seus empregadores querem que seja dito.. Isso também é exercício de democracia Sr, Luís Barroso.
É mentiroso contumaz. Não é a primeira vez que fala que brasileiro quer contagem pública em cédula de papel. Queremos Vito eletrônico impresso auditavel. Aécio venceu em 2014 e sistema não permite recontagem. Boksonaro venceu no 1° tyrno.