Profissionais de imprensa brasileiros podem se inscrever até o dia 5 de agosto em um programa de bolsas da Fundação das Nações Unidas que levará um grupo de jornalistas ao coração da Amazônia para explorar questões de biodiversidade, desmatamento e desenvolvimento sustentável.
A viagem acontecerá na segunda quinzena de outubro, três semanas antes da COP27 e dois meses antes da COP de Biodiversidade, em dezembro.
Os dez selecionados viajarão para Manaus e passarão três dias no Acampamento 41 do Centro de Biodiversidade da Amazônia, onde terão a oportunidade de fazer visitas guiadas à floresta e conhecer as pesquisas desenvolvidas pelo projeto.
O programa de bolsas tem o nome de Thomas Lovejoy, renomado ecologista e membro da Fundação das Nações Unidas, que popularizou o termo “biodiversidade”.
Lovejoy, que morreu em dezembro de 2021, recebeu dezenas de visitantes do Acampamento 41 do centro de pesquisas, fundado por ele em 1979, e uma vez disse:
“Não há sala de aula melhor do que a realidade de estar no coração de um planeta vivo”.
A bolsa das Nações Unidas para a visita à Amazônia é destinada a jornalistas interessados em cobrir mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, ciências biológicas e soluções climáticas baseadas na natureza e no uso da terra.
Jornalistas de todos os países podem se inscrever. Os candidatos devem ter e pelo menos três anos de experiência profissional.
A expectativa é de que os participantes publiquem entre duas a quatro reportagens sobre os tópicos abordados em um prazo de seis meses após a viagem.
A Fundação das Nações Unidas financiará passagens, estadia e a maioria das refeições.
As inscrições podem ser feitas até 23:59 (no horário EST dos EUA, de sexta-feira, 5 de agosto por meio deste link.
Os candidatos devem informar o local onde trabalham, apresentar exemplos de reportagens recentes, explicar o motivo de seu interesse e informar se algum editor manifestou desejo de veicular as matérias resultantes da visita.
Os pré-selecionados serão contactados para uma entrevista. Haverá intérpretes durante a visita ao centro de pesquisas.
Programa de bolsas para visita à Amazônia em homenagem a Lovejoy
Thomas Lovejoy era membro da Fundação das Nações Unidas, onde assessorou líderes sobre biodiversidade e ciência ambiental.
Ele é reconhecido por ter ajudado a colocar a ameaça de desmatamento tropical e perda de biodiversidade na agenda global.
Em 1980, produziu o primeiro estudo das taxas de extinção globais, prevendo corretamente a perda de espécies em massa vista hoje.
Lovejoy ganhou o apelido de “Padrinho da Biodiversidade” por sua paixão e dedicação em entender e preservar a natureza.
O Centro de Biodiversidade da Amazônia (Acampamento 21) realiza pesquisas científicas sobre a diversidade de impacto de ecossistemas, animais, árvores e plantas.
Fundada em 1979 por Thomas Lovejoy, o BDFFP é “o maior e mais antigo estudo do mundo sobre fragmentação de habitat”, e é considerado o projeto de pesquisa de conservação mais produtivo do mundo, segundo a Fundação das Nações Unidas.
Os trabalhos de pesquisa são feitos em cooperação com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
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