Londres – Discreta, sempre elegante e evitando controvérsias, a rainha Elizabeth morre popular e admirada no mundo e no Reino Unido, com uma reputação  que não foi afetada pelos escândalos recentes envolvendo seus filhos Andrew e Charles, o novo rei, e as malcriações do neto Harry e sua mulher, Meghan que em entrevistas reclamaram abertamente da vida em família. 

Sob Elizabeth II, a família real britânica estabeleceu um padrão para guiar sua comunicação com a mídia e com a sociedade: “never complain, never explain” (nunca reclame, nunca explique), uma forma de deixar a poeira baixar sem criar mais exposição negativa. 

Nem todos colocaram o tempo todo o lema em prática, mas ela o fez, e colheu os frutos: segundo o instituto YouGov, ela é a figura pública mais admirada no país, com 75% de aprovação, seguida por Barack Obama, Martin Luther King Jr e Kate Middleton, os três com 68%. 

Somente 8% dos súditos a desaprovam, e 14% são neutros. A admiração é maior entre homens (77%) do que entre mulheres (73%). 

Os que votam no Partido Conservador eram mais fãs da Rainha Elizabeth, porque são também os que mais aprovam o sistema da monarquia: 92% aprovavam a monarca que se foi hoje, contra 61% dos que votam no Partido Trabalhista. 

Rainha Elizabeth popular entre pessoas de todas as idades 

Os mais velhos são os que mais a admiravam, mas mesmo entre os milenials a aprovação é alta: 68%. 

Sua morte deixa um desafio para a família real, pois a popularidade do novo rei, Charles, está bem distante da que a mãe conquistou e manteve em 70 anos. 

O acompanhamento do YouGov mostra que ele está em 7º lugar, perdendo para a mãe, a nora Kate, o filho William, o pai (já falecido) Philip, a irmã Anne e a sobrinha Zara Philips. Depois dele aparece a agora rainha consorte, Camilla. 

O encantamento não é só pela figura carismática de Elizabeth II. Seu reinado de também teve uma aprovação alta. Em maio, na última medição do YouGov, 82% dos súditos achavam que seu reinado foi muito bom ou relativamente bom.

 

Embora a Rainha Elizabeth tenha sido clara sobre quem devia sucedê-la em uma mensagem à nação no dia em que completou 70 anos de reinado, em fevereiro, o povo não concorda muito com a ideia, pois Charles está distante de ser tão popular como ela. 

Mais súditos prefeririam que o príncipe William assumisse do que o pai, Charles, como mostra o acompanhamento do YouGov. 

Mas o dado mais preocupante para o futuro da realeza britânica é o número dos que preferem não ter mais um rei como chefe de Estado, que vem crescendo. 

No entanto, neste momento de luto no país, ninguém se atreve a levantar o debate sobre o fim da monarquia. O grupo de pressão Republic, movimento mais ativo na defesa do fim do regime, publicou em suas redes sociais notícias sobre a morte e sobre as repercussões de forma neutra.