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Ano Novo Chinês: Pequim aperta censura a conteúdo sobre covid para evitar ‘emoções sombrias’

China muher com telefone no trem Ano Novo Chinês covid

Foto: Zhang Kenny / Unsplash

Londres – Na semana anterior ao Ano Novo Chinês, que começou. ser celebrado neste fim de semana, o Partido Comunista Chinês adotou medidas para silenciar críticos de sua política de controle da covid-19 e controlar conteúdo nas redes sociais. 

O número de casos e mortes por coronavírus no país deve aumentar devido às viagens para comemorar a data e reuniões familiares, embora a recomendação oficial seja a de evitar deslocamentos. 

Segundo a consultoria de saúde Airfinity, o Ano Novo Lunar deve contribuir para que a China atinja 4,8 milhões de novos casos de covid-19 por dia, com 62 milhões de infecções previstas entre 13 e 27 de janeiro. 

 A Airfinity prevê que 26 de janeiro será o pior dia, com 26 mil mortes. A estimativa anterior era de 25 mil para a data. 

Contas suspensas antes do Ano Novo Chinês

Tentando conter as críticas, na semana passada o governo mandou fechar ou suspender mais de 1 mil contas de mídia social de profissionais e acadêmicos que discordam da forma como o país vem conduzindo a situação ou questionam o número de casos confirmados pelas fontes oficiais. 

A rede social Sina Weibo informou em nota que emitiu proibições temporárias ou permanentes em 1.120 contas depois de encontrar mais de 12,8 mil violações, incluindo ataques a especialistas, acadêmicos e profissionais médicos, segundo a Associated Press .

A plataforma disse que “continuará a aumentar a investigação e a limpeza de todos os tipos de conteúdo ilegal e criar um ambiente comunitário harmonioso e amigável para a maioria dos usuários”.

As medidas do governo antes do Ano Novo Chinês incluem também um pacote de regras para controlar conteúdo sobre a covid postado nas redes sociais, sob o argumento de “evitar pânico da população”. 

Na quarta-feira (18), o órgão regulador de telecomunicações chinês anunciou que aumentaria a vigilância sobre boatos online relacionados à pandemia a fim de evitar desinformação e pânico social. 

Um dos alvos é a suposta invenção de experiências de pacientes – postagens relatando sintomas, efeitos da covid-19 e dificuldades para conseguir atendimento médico. 

O objetivo é evitar o que o órgão regulador classificou de “informações falsas para evitar emoções sombrias”. 

Mesmo sombrias, elas podem ser reais. A consultoria Airfinity acredita que haverá  “um peso significativo no sistema de saúde da China na próxima quinzena”, com pacientes morrendo devido a hospitais superlotados e falta de atendimento”.

A censura a informações sobre a covid-19 na China e punição aos que compartilham informações acontece desde os primeiros dias da pandemia, em 2020. 

O caso de maior repercussão internacional é o da jornalista cidadã Zhang Chan.

Ela foi presa e condenada por ter transmitido via Facebook imagens e notícias sobre o avanço da covid-19 em Whuan, onde acredita-se que o surto tenha começado. 

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