Londres – Quem gosta de registrar as belezas do universo como as estrelas, os planetas, a Via Láctea e as galáxias pode se inscrever até o dia 3 de março no concurso de fotografia astronômica do Observatório Real de Greenwich.
O prêmio é aberto a profissionais e amadores de qualquer nacionalidade. O Fotógrafo de Astronomia do Ano vai receber de £ 10 mil (R$ 54,9 mil), e há outros prêmios para vencedores de categorias.
Em 2022, uma foto de Saturno feita pelo brasileiro Flávio Fortunato ficou entre as finalistas.
Fundado em 1675 o Observatório Real de Greenwich é o ” lar” da hora média mundial, sob a sigla GMT (Greenwich Median Time) e um dos locais científicos históricos mais importantes do mundo.
Categorias do concurso de fotografia astronômica
A competição é dividida em nove categorias, incluindo Jovem Fotógrafo (para menores de 16 anos).
As categorias são: Aurora Boreal, Pessoas e Espaço (fotografias do céu noturno incluindo pessoas ou um elemento de interesse humano), Galáxias (fotografias de objetos do espaço profundo além da Via Láctea), Nossa Lua, Nosso Sol, Planetas, Cometas & Asteroides, Paisagem do céu (fotografias de paisagens marinhas e urbanas com céu noturno ou crepuscular) e Estrela & Nebulosas.
Em 2022, o grande vencedor foi o auaustríaco Rhemann, que capturou uma linda imagem do cometa Leonard na Namíbia, na noite de Natal de 2021. Leonard nunca mais sera visto da Terra, e virou uma celebridade astronômica naquele ano.
Inscrição e premiação
Para participar do concurso de fotografia do Observatório de Greenwich é preciso pagar uma taxa de £ 10 (R$ 54,90) para o envio de até 10 imagens. Inscrições na categoria Jovem (até 16 anos) e nos Prêmios Especiais estão isentas de taxa.
O Fotógrafo de Astronomia do Ano recebe £ 10 mil (R$ 54,9 mil) de prêmio. Já os ganhadores das outras categorias e o Jovem Fotógrafo de Astronomia do Ano recebem £ 1,5 mil (R$ 8,2 mil).
Também há prêmios para os segundos classificados, no valor de £ 500 (R$ 2,7 mil) e para menções honrosas, de £ 250 (R$ 1,3 mil).Há ainda dois prêmios especiais, cujos vencedores receberão £ 750 (R$ 4,1 mil).
O Prêmio Sir Patrick Moore foi criado em homenagem ao astrônomo amador, escritor e pesquisador inglês (1923-2012), especialista em observação lunar e criador do catálogo Caldwell, que reúne uma lista de 109 aglomerados de estrelas, nebulosas e galáxias para observação por astrônomos amadores.
É aberto a fotógrafos iniciantes que só começaram a praticar fotografia astronômica a partir de janeiro de 2022 e nunca participaram do concurso. Em 2022, Sun Deng ficou em primeiro lugar com a imagem da Via Láctea feita montanha Minya Konka, o pico mais alto de Sichuan, na China.
Já o Prêmio Annie Maunder de Inovação de Imagem é em homenagem à astrônoma irlandesa-britânica (1868-1947) que trabalhou no Observatório Real na virada do século XX e publicou os primeiros livros populares de astronomia.
O objetivo é reconhecer a melhor composição usando imagens já capturadas, reunindo os mundos da arte, astronomia e astrofotografia.
Em 2022 a vencedora foi Pauline Woolley, com Árvore Solar, feita a partir de dados de código aberto do Solar Dynamic Observatory. Woolley usou a tecnologia para criar uma composição com 26 imagens do Sol da primeira parte do Ciclo Solar 25 colocadas em camadas para criar anéis concêntricos.
As imagens vencedoras serão anunciadas no dia 14 de setembro e participam de uma exposição no Museu Marítimo Nacional, em Londres.
Para mais informações e inscrições clique aqui.
Conheça os vencedores e finalistas do concurso de fotografia em 2022
Planetas, cometas e asteróides
2º lugar – A Família Jupiteriana, por Damian Peach
O primeiro lugar na categoria foi a foto do cometa Leonard. O segundo colocado foi um registro feito em Rio Hurtado, no Chile. Júpiter teve sua imagem capturada junto com três de suas maiores luas. A famosa Grande Mancha Vermelha é visível no próprio Júpiter, junto com muitas outras manchas e tempestades.
3o lugar – Rosa Cósmica, por Lionel Majzik
A imagem foi feita no Novo México, EUA. Parecia que o Cometa 4P/Faye havia dividido a nebulosa de emissão Sh2-261 na constelação de Órion.
O objeto, também conhecido como Nebulosa do Baixo, lembra uma rosa vermelha, mas a aparência do cometa completou a ‘rosa’ com um ‘caule’ e foi selecionada como uma das imagens recomendadas pelo júri da competição de fotografia astronômica.
Menção honrosa – Saturno, por Flávio Fortunato
A foto de Saturno do brasileiro Flávio Fortunato foi elogiada pelo júri da competição de astrofotografia por mostrar as luas do planeta distribuídas quase simetricamente, criando um equilíbrio na composição.
O fotógrafo contou que teve sorte, porque naquela noite percebeu que o ambiente estava calmo no céu de Alagoas e que teria chances de registrar o planeta com mais precisão.
Paisagem do céu
1º lugar – Perfurando as estrelas, por Zihui Hu
Namcha Barwa é a montanha nevada mais bonita da China. O nome em tibetano significa “lança empurrando para o céu”.
Nesta terra intocada fica um limpo céu estrelado, com trilhas tecendo uma ampla rede em dias de lua cheia. O fotógrafo comentou que “Namcha Barwa, como uma lança, perfura essa rede”.
2º lugar – Via Láctea Badwater, por Abhijit Patil
As salinas de Badwater Basin, no Parque Nacional do Vale da Morte, na Califórnia, EUA, ficam a 86 metros abaixo do nível do mar, sendo o ponto mais baixo da América do Norte.
O inverno traz água nova da chuva para as bacias e o processo contínuo de congelamento- descongelamento-evaporação cria os padrões hexagonais na lama que aparecem na foto.
Menção honrosa– A estrada noturna, por Filip Hrebenda
Essa fotografia rara da Via Láctea e da aurora boreal em uma única imagem foi feita na Península de Stokksnes, sobre as montanhas Vestrahorn, na Islândia.
Foi altamente recomendada pelo júri do concurso de fotografia astronômica do Observatório de Greenwich.
Pessoas e Espaço
1º lugar – A Estação Espacial Internacional, por Andrew McCarthy
A imagem apresenta a Estação Espacial Internacional (ISS) posicionada exatamente sobre o local do pouso da Apolo 11 na lua do Mar da Tranquilidade, local do primeiro pouso tripulado, em 1969.
O momento durou apenas alguns miléssimos de segundos e exigiu do fotógrafo um posicionamento preciso para capturar a cena perfeita.
2º lugar – De volta à nave espacial, por Mihail Minkov
Construída entre 1974 e 1981, esta estrutura semelhante a uma nave espacial foi projetada por Georgi Stoilov e envolveu a remoção de mais de 15 mil metros cúbicos de rocha do pico de Buzludzha, na Bulgária, reduzindo a altura da montanha em nove metros.
Embora o prédio esteja fechado ao público, sua silhueta que lembra uma nave espacial, é o complemento perfeito para astrofotografias do céu noturno.
Menção honrosa–Equinox Moon e Glastonbury Tor, por Hannah Rochford
A imagem retrata pessoas admirando a lua cheia surgindo atrás de Glastonbury Tor, no Reino Unido, em setembro de 2021.
Aurora boreal
1º lugar – No abraço de uma dama verde, por Filip Hrebenda
A aurora boreal é um dos fenômenos naturais mais interessantes e geralmente é fotografada nos meses de inverno.
Essa fotografia, no entanto, foi produzida no final da primavera e mostra a ‘dança’ da aurora boreal refletida em um pequeno lago congelado na montanha Eystrahorn, na Islândia.
2º lugar – Misty Green River, por Fred Bailey
A foto foi feita no rio Cameron, nos territórios do noroeste do Canadá, perto de Yellowknife e mostra a diferença entre a aurora e o céu noturno.
Menção honrosa– Aurora alada, por Alexander Stepanenko
Uma ‘aurora alada’ coroando a montanha em Murmansk, Rússia, que até parece um anjo no céu.
Galáxias
1º lugar – Majestosa galáxia Sombrero, por Utkarsh Mishra, Michael Petrasko e Muir Evenden
A imagem mostra os fracos fluxos de estrelas que foram criados quando uma galáxia menor colidiu e seus remanescentes começaram a orbitar a Via Láctea.
2º lugar – Arp 271 – Colisão cósmica, por Mark Hanson e Mike Selby
NGC 5426 e NGC 5427 são duas galáxias espirais de tamanho semelhante, envolvidas em uma grande interação. Elas são conhecidas como Arp 27.
Acredita-se que a interação continue por dezenas de milhões de anos. A foto foi feita com telescópio no Observatório El Sauce, em Río Hurtado, no Chile.
Menção honrosa–SMC e a ponte de Magalhães, por Mathew Ludgate
A pequena nuvem de Magalhães (SMC) é uma galáxia anã irregular que foi rompida e moldada por interações com seus vizinhos, a grande nuvem de Magalhães (LMC) e a Via Láctea.
Essas interações resultaram em intensos choques gravitacionais de maré, que removeram e redistribuíram o material do SMC, formando um halo e numerosas estruturas estendidas de gás ionizado. A imagem foi capturada em Dunedin, Nova Zelândia.
Nossa lua
1º lugar – Perfil de sombra da orla leste de Platão, por Martin Lewis
Uma vez por mês o sol nasce sobre a gigante cratera lunar Platão e lança enormes sombras de sua borda leste no chão cheio de lava.
Ocasionalmente este evento coincide com uma noite de boa visão. Foi o que aconteceu em abril de 2021 com céu estável e a lua no alto. O perfil escuro e projetado da borda era visível em detalhes.
2º lugar – Lua: grande mosaico, por Andrea Vanoni
A foto mostra um mosaico de 32 capturas da lua crescente. As crateras, bordas, montanhas, cúpulas e mares mais famosos desta fase lunar são visíveis na fotografia, produzida na Lombardia, Itália.
Menção honrosa–Um eclipse de mil pores do sol, por Noah Kujawski
A imagem do eclipse lunar em novembro de 2021 mostra a fantástica cor vermelha criada pela luz que passa por todos os nasceres e pores do sol da Terra, lançando uma luz vermelho-sangue na lua.
Nosso Sol
1º lugar – Um ano ao sol, por Soumyadeep Mukherjee
Mukherjee fotografou o sol por 365 dias entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021. Depois de um ano ele fundiu as capturas para criar uma única imagem.
As manchas solares criam duas bandas no disco solar, em torno de 15 a 35 graus ao norte a ao sul do Equador e gradualmente começam a se mover em direção a ele, um fenômeno conhecido como lei de Spörer.
2º lugar – Inferno solar, por Stuart Green
O sol parece diferente toda vez que os astrofotógrafos capturam uma imagem, pois durante todo o tempo novas manchas solares se formam, crescem e desaparecem.
Em Preston, no Reino Unido, Stuart Green filtrou seletivamente todos os comprimentos de onda da luz, exceto uma estreita faixa vermelha (conhecida como H-alfalina) para revelar uma região ativa de mudança do sol.
Estrelas e nebulosas
1º lugar – Olho de Deus, por Weitang Liang
A imagem da nebulosa da Hélice ou NGC 7293 revela as cores do núcleo e detalhes ao redor raramente vistos, criando uma sensação etérea e sonhadora.
2º lugar – Que estrela flamejante!, por Martin Cohen
A nebulosa da Estrela Flamejante (IC 405, SH 2-229 ou Caldwell 31) é uma nebulosa de emissão e reflexão na constelação de Auriga. Encontra-se a cerca de 1.500 anos-luz da Terra e tem cerca de cinco anos-luz de diâmetro.
Menção honrosa– O centro do coração da nebulosa, por Péter Feltóti
IC 1805 é uma área de grandes quantidades de gás ionizado e poeira interestelar. O forte vento estelar das estrelas quentes nascidas no local sopra o material circundante para fora, criando uma forma oca semelhante a uma caverna na nuvem de gás original.
Jovem Fotógrafo de Astronomia
Dois meninos chineses de 14 anos ganharam o prêmio de Jovem Fotógrafo do concurso de fotografia do Observatório de Greenwich em 2022.
Galáxia de Andrômeda: A vizinha, por Yang Hanwen e Zhou Zezhen
A fotografia mostra um dos vizinhos mais próximos e maiores da Via Láctea, a galáxia de Andrômedra ou Messier 31 (M31).Ela também é o objeto mais distante que o olho humano pode ver.
Imagem da Via Láctea vence concurso de astronomia People’s Choice 2022
Além da escolha do júri, o concurso do Observatório de Greenwich abre uma votação popular via internet, para eleger a melhor fotografia astronômica do ano.
Em 2022 o vencedor foi o fotógrafo Daniel Zafra com a foto “Huayahuash”, uma espetacular imagem da Via Láctea capturada nos Andes peruanos.
A foto foi tirada durante a estação chuvosa no Lago Carhuacocha, localizado a cerca de 4.150 metros acima do nível do mar.
Foto: Daniel Zafra
O segundo lugar ficou com Miguel Claro com a imagem “Um gigante na borda do sol”. Uma proeminência solar gigantesca aparece sobre a cromosfera (a atmosfera inferior ao sol) da borda aparente do astro.
Aleix Roig ficou com o terceiro lugar no concurso de fotografia astronômica com “A nebulosa do golfinho rumo a um recife cósmico”, que mostra a ‘nebulosa cabeça de golfinho’, uma enorme bolha cósmica criada por uma estrela Wolf-Rayet, a estrela brilhante perto do centro da nebulosa.
As imagens foram publicadas com autorização da organização do concurso de fotografia astronômica do Observatório Real de Greenwich e não podem ser reproduzidas.
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