Londres – Duas semanas depois de o BuzzFeed anunciar o fim de sua divisão de jornalismo, outra promessa da mídia digital criada para conquistar a audiência de gerações nativas digitais joga a toalha: a Vice Media está se preparando para decretar falência.
A informação foi revelada nesta segunda-feira (1) pelo New York Times, citando duas fontes familiarizadas com a crise atravessada pelo veículo.
A notícia de que a Vice estava procurando um comprador já vinha circulando, mas a novidade é que se não houver interessados, o caminho será falir, com o Fortress Investment Group, credor da Vice, podendo assumir como controlador da empresa.
O grupo não confirmou a decisão de abrir falência, mas em nota disse “estar envolvido em uma avaliação abrangente de alternativas estratégicas e planejamento, com a empresa, sua diretoria e stakeholders focados em encontrar o melhor caminho.”
Em fevereiro, a respeitada CEO da Vice, Nancy Dubuc, saiu da companhia, deixando o mercado em alerta.
Sinais mais fortes da crise que pode levar à falencia foram dados na semana passada, quando a Vice Media suspendeu seu principal programa, o “Vice News Tonight” e demitiu dezenas de funcionários.
A Vice não é o única em dificuldades. Há três meses, a Vox demitiu 130 pessoas, representando 7% da equipe. Há duas semanas, a Insider demitiu parte de sua equipe e o BuzzFeed fechou a área de notícias.
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Vice Media detém um complexo de empresas
A Vice Media começou em 1994 como uma publicação alternativa gratuita no Canadá. O grupo tem mais de 10 sites de notícias, TV a cabo, agência de publicidade, podcasts, estúdio de cinema, gravadora e até um bar em Londres.
Nos tempos áureos, chegou a receber investimentos de gigantes do entretenimento como a Walt Disney Company e a Fox e ter 3 mil funcionários.
Em 2017, a empresa tinha sido avaliada em US$ 5,7 bilhões, mas o valor teria caído para menos de US$ 1 bilhão, de acordo com reportagens no início deste ano sobre a busca de um comprador pela empresa.
A receita de 2022 ficou aquém da meta em mais de US$ 100 milhões, segundo o Wall Street Journal.
Se a falência for decretada, será um desfecho decepcionante para uma das marcas queridinhas do mercado de comunicação digital, que floresceu quando grandes empresas jornalísticas demoraram a entender como navegar nesse novo ecossistema e foram desafiadas por novatos que contavam histórias de formas diferentes, mais alinhadas aos millenials que não queriam ler os mesmos jornais que seus pais.
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