O Kurt Schork Memorial Fund está com inscrições abertas até 31 de maio para seu prêmio anual de jornalismo, promovido em conjunto com a Fundação Thomson Reuters. 

O objetivo é reconhecer relatos corajosos de conflitos, corrupção, transgressões dos direitos humanos e injustiças sociais, feitos por jornalistas de mídia impressa freelancers, que trabalhem em veículos locais ou que atuem como “fixers” (profissionais que auxiliam a produção de reportagens em locais remotos com a Amazônia e nem sempre são valorizados). 

Kurt Schork, que dá nome ao prêmio, foi assassinado em Serra Leoa enquanto trabalhava em uma reportagem investigativa para a Reuters.  

Como se inscrever no prêmio de jornalismo 

Os vencedores receberão US$ 5 mil (cerca de R$ 25 mil) e serão convidados a participar de um painel de discussão na Trust Conference, evento da Thomson Reuters Foundation programado para os dias 19 e 20 de outubro deste ano em Londres. 

O prêmio na categoria Freelance é oferecido a  jornalistas que viajam para zonas de conflito, geralmente com grande risco pessoal, para testemunhar e relatar o impacto e as consequências de guerras e distúrbios da paz. 

Na categoria Repórter Local, o concurso reconhecerá o trabalho muitas vezes negligenciado de jornalistas em países em desenvolvimento que escrevem sobre acontecimentos em suas regiões. 

Nos dois casos, os candidatos devem submeter três reportagens publicadas entre 1º de junho de 2022 e 31 de maio de 2023 em jornais ou sites de notícias reconhecidos. 

Os textos devem ser traduzidas para o inglês e acompanhados de uma descrição dos desafios e dificuldades para investigar e escrever sobre o tema. 

Os jornalistas que trabalham como fixers, seja para correspondentes estrangeiros ou para brasileiros que precisam de apoio em regiões de risco ou de difícil acesso, devem enviar três referências dos profissionais com quem trabalharam entre junho de 2022 e maio de 2023, comprovando sua contribuição para as reportagens produzidas por eles. 

As inscrições para o Prêmio Kurt Schork de Jornalismo Internacional 2023 podem ser realizadas por meio do site oficial.

Os premiados em 2022

O vencedor na categoria Fixer do prêmio em 2022 foi Kyaw Ye Lynn, de Mianmar, reconhecido pela sua coragem em “ajudar o mundo a entender o que aconteceu após o golpe de fevereiro de 2021”, como descreveram os jurados.

Apesar das restrições mais rígidas da junta militar  para repórteres estrangeiros,  Lynn trabalhou em condições perigosas para rastrear fontes, verificar informações e recomendar ângulos para meios de comunicação internacionais.

Kenneth R. Rosen, um jornalista americano, ganhou o Kurt Schork Freelance Award por seu trabalho investigativo na linha de frente da guerra na Ucrânia, escrevendo sobre a guerra cibernética russa, e também por reportagens sobre controle dos recursos petrolíferos na Síria e sobre o tratamento desumano dos migrantes na Europa.

Os juízes elogiaram suas matérias corajosas e equilibradas, revelando novos fatos com contexto e profundidade.

Já o prêmio de Repórter Local acabou sendo objeto de um constrangimento. Ele havia sido conferido a Shatha Hammad, uma jornalista freelancer palestina baseada na Cisjordânia. 

No entanto, foi retirado pelos organizadores depois da descoberta de uma postagem de mídia social no feed do Facebook de Hammad que parecia citar Hitler, sugerindo um endosso de sua ideologia, segundo os jurados.