Maio e junho são os meses perfeitos conseguir as melhores fotos da Via Láctea, uma obsessão para profissionais e amadores que viajam longas distâncias carregados de equipamentos para achar o local adequado, longe da poluição e das luzes das cidades.
Uma amostra do resultado desse esforço é apresentada anualmente pelo site especializado em fotografia Capture The Atlas.
Em 2023, o concurso Fotógrafo da Via Láctea do Ano recebeu mais de 3 mil trabalhos e selecionou os melhores, reunindo cliques da galáxia sobre desertos, praias e montanhas de 16 países.
Fotos da Via Láctea no Iêmen e Madagascar
Entre as fotos de 2023, duas se destacaram por terem sido feitas em locais onde nenhum participante do concurso nos anos anteriores havia registrado imagens.
Benjamin Barakat fotografou a Via Láctea na Ilha Socotra, no Iêmen, durante uma expedição fotográfica.A foto mostra a galáxia emoldurada por árvores que lembram garrafas, adornadas por “flores que adicionaram um toque de beleza etérea”, disse o autor do clique.
Outro local inédito na história do concurso foi Madagascar. Steffi Lierberman registrou o arco completo da Via Láctea sobre os gigantes baobás.
Imagens da Via Láctea ao redor do mundo
Dan Zafra, fotógrafo especializado em imagens do céu que dirige o Capture The Atlas, observa que as câmeras modernas podem capturar detalhes e cores vibrantes no céu noturno além do que nossos olhos podem ver.
“No entanto, o que realmente importa em qualquer grande foto é o fotógrafo por trás da câmera, que tem a ideia, o plano e a criatividade para dar vida à imagem”, diz ele ao apresentar os melhores trabalhos do ano. Confira.
Fábrica de estrelas Cafayate, por Gonzalo Javier Santile
O registro mostra a Via Láctea em um céu multicolorido sobre as formações rochosas e ‘janelas’ de uma área do deserto de Cafayate Salta, na Argentina, conhecida como ‘Las Ventanas’. Os pequenos cactos são a única vegetação do local.
O vale dos cactos, por Pablo Ruiz García
A primeira viagem de Pablo García para fotografar a Via Láctea no Hemisfério Sul teve como destino o Deserto do Atacama, no Chile, conhecido pelo céu perfeito para os astrônomos – e os astrofotógrafos.
A foto foi feita no Vale dos Cactos, vistos em primeiro plano para destacar duas duas nebulosas no céu noturno.
Brilho no deserto de Lut, por Isabella Tabacchi
No deserto de Lut, no Irã, considerado um dos lugares mais quentes da Terra, a Via Láctea foi fotografada acima de uma formação rochosa. O brilho verde abaixo da galáxia adiciona mais beleza à cena.
Os olhos do Universo, por Mihail Minkov
Minkov queria saber como seria o céu noturno se pudesse ver lado a lado os dois arcos da Via Láctea, do inverno e do verão.
“Isso é praticamente impossível, já que fazem parte de um todo e são visíveis em diferentes momentos do dia”, explicou.
Essa panorâmica de 360 graus mostra como eles seriam. O arco do inverno inclui corpos celestes que podem ser observados de outubro a março, principalmente associados à constelação de Orion.
Já o arco do verão apresenta o núcleo da Via Láctea, visível de março a setembro, que é a parte mais característica e luminosa do céu noturno, representando o centro da galáxia.
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Interestelar, por José Luis Cantabrana Garcia
Os pináculos do deserto na Austrália Ocidental sobre os quia qual a Via Láctea ficam em uma área sagrada para o povo Noongar, proprietários tradicionais dessa terra, que no passado era acessível apenas para mulheres.
A história diz que essas rochas calcárias nada mais são do que fantasmas petrificados dos homens que ousaram entrar e foram punidos eternamente pelos deuses.
‘Gigi Hiu’ brilhando no escuro, por Gary Bhaztara
A formação rochosa que parece uma fileira de dentes de tubarão e por isso é chamada de ‘Praia dos dentes de tubarão’ (Pantai Gigi Hiu em indonésio) fica na Ilha de Sumatra, na Indonésia.
As rochas de aparência pontiaguda fazem parte deste pedaço de costa, um dos mais exclusivos do mundo, onde a água moldou essas rochas por milhões de anos.
“No local não há poluição luminosa e é perfeito para fotos noturnas”, comentou o fotógrafo.
Via Láctea sobre os ‘Hoodoos de Cuenca’, por Luis Cajete
Um dos céus mais escuros da Espanha pode ser encontrado na Serrania de Cuenca, onde a foto da Via Láctea foi produzida.
Na região sul existe um local onde a água esculpiu a paisagem, criando intrigantes formações (Hoodoos) de calcário que compõe a imagem sob a Via Láctea.
Ao sul da casa, por Lorenzo Ranieri Tenti
A fotografia de Tenti mostra a Reserva Natural de Gross Spitzkippe, na Namíbia, África, onde a Via Láctea do sul estende-se por uma formação de rochas de granito liso.
O monte Spizkoppe é a única elevação em uma vasta área da fs savana africana na zona de Erongo.
O show de luzes da catedral, por Roksolyana Hilevych
“Um meteoro brilhante iluminou tudo ao redor, fazendo parecer dia por alguns segundos”, contou Hilevych. O registro foi feito em Tenerife, na Espanha.
A imagem inclui também um close dos ‘tajinastes’ (planta que se parece com uma agulha) em plena floração e a montanha que se assemelha a uma catedral.
A paisagem que eu queria ver, por Mitsuhiro Okabe
O Monte Fuji, símbolo do Japão, domina o fundo da foto produzida durante a estação das cerejeiras em flor. Um templo sagrado dedicado a honrar os espíritos dos que partiram aparece no meio da paisagem e contra o céu noturno, a beleza da Via Láctea.
Via Láctea sobre Stony River e Monte Taranaki, por Brendan Larsen
Alinhar a Via Láctea sobre o Monte Taranaki, na Nova Zelândia, custou uma madrugada inteira de espera pelo fotógrafo.
A foto retrata o complexo de Rho Ophiuchi em Escorpião com suas cores rosa, amarelo e azul, junto com a Nebulosa Zeta Ophiuchi (a nebulosa rosada no canto inferior esquerdo da imagem).
A astroexperiência La Palma, por Jakob Sahner
“La Palma e as Ilhas Canárias localizadas na Espanha são ideais para a astrofotografia devido às nuvens de vento alísio que se situam a cerca de mil metros. Estar acima dessas nuvens torna o céu claro o suficiente para capturar boas fotos da Via Láctea”, explicou o fotógrafo, que aparece na imagem dando a dimensão humana da cena. A cobertura de nuvens lembra a espuma do mar.
O trem noturno, por Alexander Forst
A imagem de um trem noturno com a Via Láctea ao fundo foi feita no Viaduto Wiesener, em Grisões, Suécia.
As imagens foram divulgadas pelo blog de viagens Capture the Atlas, organizador do Fotógrafo do Ano da Via Láctea, e não podem ser reproduzidas.
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