Londres – Enquanto continua enfrentando críticas pelo rebranding do Twitter para X, Elon Musk voltou a gerar controvérsia ao readmitir o controvertido Kanye West na plataforma e irritar vizinhos da sede corporativa devido ao excesso de luzes do letreiro e do X projetado na fachada.
A conta de “Ye”, como o rapper passou a se chamar legalmente, havia sido suspensa em dezembro de 2022, em resposta a postagens reincidentes com alusão ao nazismo que já tinham provocado o bloqueio da conta dois meses antes.
Segundo o Wall Street Journal, citando fontes da empresa, Ye não poderá monetizar seu conteúdo, e anúncios não serão exibidos ao lado de suas postagens. Ele teria prometido se comportar melhor.
Em dezembro, Musk disse que Kanye West violou regras
O tweet que levou ao bloqueio mostrava uma suástica, símbolo nazista, dentro de uma estrela de Davi.
Horas antes, Ye tinha elogiado Hitler e feito piadas anti-semitas em uma entrevista com Alan Jones, teórico da conspiração condenado por defender a tese de que o massacre na escola de Sandy Hook, nos EUA, teria sido encenado.
Foi demais até para Elon Musk, que prega a liberdade de expressão total na plataforma e perdeu anunciantes por ter relaxado as políticas de moderação.
Ele disse em dezembro que “tentou seu melhor, mas Ye violou novamente as regras contra incitamento à violência”. Agora, o artista está ganhando uma segunda chance.
O rapper é mais uma celebridade controvertida que voltou ao agora X, sob a gestão caótica de Musk.
Outros exemplos são o ex-presidente Donald Trump, o influenciador de extrema-direita Andrew Tate, o acadêmico de direita Jordan Peterson e Dominick McGee , que postou uma imagem de abuso sexual infantil.
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Musk irritou vizinhos com luzes do X
A outra onda de críticas a Elon Musk não vem do mundo virtual. Vizinhos do prédio onde funciona a sede corporativa da plataforma, em São Francisco, encheram a rede social de reclamações em protesto contra a projeção da nova logomarca na fachada.
Musk anunciou o rebranding, aposentando o pássaro azul que era marca registrada da rede social desde a sua fundação, com um vídeo mostrando o X projetado no prédio, uma construção histórica em uma área com pouca iluminação noturna.
O bilionário também arrumou confusão na estreia da nova marca ao utilizar guindastes que interromperam o trânsito para remover as antigas letras do Twitter do prédio da sede, sem pedir licença às autoridades municipais.
Em seguida veio o letreiro reluzente no alto da construção. Um dos primeiros a reclamar das luzes foi o jornalista e produtor musical Christopher Bale, que tuitou dizendo: “Esta é a minha vida agora”.
O post teve mais de 32 milhões de visualizações. Outros vizinhos fizeram o mesmo, e parentes de pessoas que moram nas proximidades reclamam do incômodo provocado pelas luzes excessivas, que invadem as residências.
No domingo à noite houve um certo alívio. Christopher Beale tuitou de novo mostrando que o letreiro estava apagado.
Mas os problemas podem ir além das reclamações dos usuários, que não parecem incomodar Elon Musk.
Uma investigação foi aberta pelas autoridades locais porque não foi pedida autorização para instalar o letreiro luminoso no topo do prédio.
Segundo o jornal San Francisco Chronicle, neste domingo (30/7) um fiscal foi impedido de entrar no prédio para vistoriar a instalação da propaganda.
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