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Repórter americano preso na Rússia está ‘forte apesar das circunstâncias’, diz embaixadora que o visitou

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Evan Gerskovich, do Wall Street Journal (foto: Instagram)

Londres – O jornalista americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, recebeu nesta segunda-feira sua terceira visita consular desde março, quando foi detido pela polícia da Rússia sob acusação de espionagem quando fazia uma reportagem sobre um complexo industrial militar que integra os esforços de guerra na Ucrânia. 

Em nota divulgada após o encontro, a embaixadora Lynne Tracy disse que o jornalista está bem de saúde e “continua forte, apesar das circunstâncias”. Ele é o primeiro jornalista americano detido pela Rússia desde a Guerra Fria. 

A visita desta segunda-feira ocorreu seis semanas após o último encontro de Tracy com Gershkovich, em 3 de julho. O governo dos EUA reclama do não cumprimento de acordos internacionais a respeito de visitas consulares a prisioneiros por parte da Rússia. O jornalista ficou mais de um mês sem se encontrar com autoridades americanas. 

Gershkovich é um dos dois profissionais de imprensa dos EUA presos em um país estrangeiro. O outro é Austin Tice, de 42 aos, que completou 11 anos incomunicável na Síria nesta segunda-feira. 

Ele foi capturado em 2012 quando se preparava para deixar a Síria após uma série de reportagens sobre a guerra civil no país, mas sua prisão nunca foi confirmada oficialmente pelo governo sírio, e não se tem conhecimento de acusações formais. 

Jornalista do Wall Street acusado de espionagem pela Rússia 

O caso de Gershkovich é diferente. Mesmo sendo credenciado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia para trabalhar como jornalista no país, o correspondente do Wall Street Journal foi detido por agentes do Serviço Federal de Segurança da Rússia no dia 29 de março, na região dos Montes Urais. 

Ele está na prisão de Lefortovo, em Moscou, aguardando julgamento. O governo dos EUA e o jornal negam a acusação de espionagem. 

Sua prisão preventiva, prevista inicialmente para terminar em 29 de maio, foi estendida até 30 de agosto. 

O Departamento de Estado designou o repórter como “cidadão americano detido injustamente”, um status que permite esforços do governo dos EUA para libertá-lo.

Em julho, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os Estados Unidos estão “levando a sério uma troca de prisioneiros” para obter a liberdade de Gershkovich, mas a Casa Branca também disse que as discussões com o Kremlin sobre uma possível troca ainda não encontraram “um caminho para uma resolução.”

Em dezembro de 2022, os EUA libertaram o traficante de armas russo Viktor Bout em troca da liberdade da jogadora de basquete americana Brittney Griner, condenada à prisão na Rússia por entrar no país com óleo de cannabis. 

Segundo o Wall Street Journal, especialistas jurídicos dizem que pode levar muitos meses até que o caso de Gershkovich seja levado a julgamento, enquanto os investigadores coletam provas para apresentar no tribunal. 

A condenação por acusações de espionagem na Rússia acarreta uma pena de prisão de 10 a 20 anos e é raro um tribunal absolver um réu, diz o jornal. 

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