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Repórter do Wall Street Journal tem prisão prorrogada por mais três meses na Rússia

Jornalista americano Evan Gershkovich ficará preso na Rússia pelo menos até novembro

Londres – Primeiro jornalista americano preso na Rússia desde a Guerra Fria, o repórter Evan Gershkovich teve sua prisão preventiva prorrogada por mais três meses nesta quinta-feira (25) por um tribunal de Moscou. 

Correspondente do Wall Street Journal, ele foi acusado de espionagem quando fazia uma reportagem na região dos Montes Urais em março. É a segunda vez que a libertação condicional é adiada. 

Segundo a agência estatal de notícias Tass, Gerskovich ficará pelo menos até o fim de novembro atrás das grades. 

Jornalista investigava complexo militar russo 

O correspondente, de 31 anos, é filho de soviéticos que imigraram para os EUA, e já trabalhou em veículos como o The Moscow Times e New York Times. 

Ele estava na cidade de Yekaterinburg para realizar uma reportagem sobre o complexo militar russo quando foi capturado, em 29 de março, sob alegação de que espionava para os EUA, apesar de ser um jornalista reconhecido portador de credencial de imprensa fornecida pelo governo russo. 

Sua detenção foi vista como uma possível tentativa da Rússia de libertar presos do país nos EUA por meio de uma troca.

Isso foi feito em dezembro no caso da atleta de basquete americana Brittney Grinner, condenada por porte de óleo de cannabis e trocada por um traficante de armas russo que estava cumprindo pena em Ohio. 

Portas fechadas na sessão que prorrogou prisão do jornalista americano na Rússia

As autoridades russas têm sido criticadas pelo Wall Street Journal, pelo governo dos EUA e por organizações de liberdade de imprensa pela detenção de Evan Gershkovich e pelas condições em que ele tem sido mantido, com poucas visitas consulares e falta de transparência nos procedimentos legais. 

A sessão desta quinta-feira no tribunal, em que ele foi notificado da segunda prorrogação de sua prisão preventiva, não pôde ser acompanhada por jornalistas, sob a alegação de que que existem “elementos confidenciais em alguns detalhes do caso”. Ele chegou algemado ao local. 

O Wall Street Journal disse em um comunicado:

“Estamos profundamente desapontados por [Evan] continuar detido de forma arbitrária e injusta por exercer o seu trabalho como jornalista.

As acusações infundadas contra ele são categoricamente falsas e continuamos a pressionar pela sua libertação imediata. Jornalismo não é crime.”

Em Abril, o Departamento de Estado dos EUA designou formalmente Gershokovich como “detido injustamente” e apelou à Rússia para libertá-lo imediatamente.

A embaixadora dos EUA em Moscou, Lynne Tracy, encontrou-se com o jornalista apenas três vezes desde que ele foi detido, há cinco meses. 

Outro jornalista americano, Austin Tice, está há 11 anos desaparecido na Síria. 

 

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