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‘Fascinados e assustados’: pesquisa nos EUA mapeia impressões de profissionais de RP sobre a inteligência artificial

Homem Pesquisa mapeia impressões dos RPs sobre a inteligência artificial

Foto: Tung Nguyer / Pixabay

No Brasil e no mundo, profissionais de comunicação e relações públicas estão conscientes sobre a revolução da inteligência artificial nas companhias que representam e na prática profissional, como mostram pesquisas recentes. 

Uma delas, feita pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) com profissionais de comunicação de 135 empresas e divulgada em junho, revelou que 40% deles acham que a inteligência artificial vai redefinir a forma como as organizações se comunicam, criando novas possibilidades e desafios.

O percentual é significativo, mas nos Estados Unidos é o dobro. Lá, 80% dos profissionais de comunicação apostam que a IA será muito ou extremamente importante na sua atividade nos próximos anos.

A visão dos RPs dos EUA sobre inteligência artificial

Essa constatação é de uma pesquisa do Annemberg Center for Public Relations da USC (University of South California) e da WE Communications, que ouviu 400 profissionais de RP nos EUA em abril.

Mas o estudo também constatou incertezas, mesmo no país onde as inovações tecnológicas avançam mais rápido. Apenas 16% dos profissionais entrevistados se disseram extremamente familiarizados com as aplicações da IA generativa na comunicação.

A pesquisa ganhou o nome de Fascinated and Frightened, um título que define bem os extremos dos sentimentos de fascinação e de medo gerados pela inteligência artificial

Entre os dois extremos, a balança pende para o lado positivo. A palavra mais mencionada pelos participantes do estudo para definir inteligência artificial foi “transformadora”.

Nuvem de termos mostra impressões de profissionais de RP sobre inteligência artificial reveladas em pesquisa nos EUA

Disruptiva, complexa, eficiente e positiva também se destacaram. Já “confiança” está entre os atributos menos associados à tecnologia, o que justifica o “assustados” do título da pesquisa.

O impacto da IA na prática de RP

As entrevistas da pesquisa Fascinated and Frightened, da WE Communications e do USC Annemberg Center, foram feitas menos de seis meses após o lançamento do ChatGPT.

A opinião de um diretor de agência, destacada no relatório, dá a medida do impacto da inteligência artificial na prática de RP:

“Tudo vai mudar – o mundo será dividido entre antes e depois de 2023”.

Os autores da pesquisa salientam que a mudança radical trazida pela inteligência artificial significa que além de os profissionais de comunicação se prepararem para utilizá-la, devem refletir sobre seu melhor uso para reforçar o papel de embaixadores e protetores de marcas, orientando as organizações a respeito dos valores éticos e morais associados ao uso dessa tecnologia.

“À medida que a IA se torna uma ferramenta cada vez mais poderosa, devemos manter os humanos no centro das decisões.

Devemos sempre perguntar como nosso uso dela beneficiará pessoas, organizações, comunidades e o mundo”.

Veja as principais conclusões da pesquisa 

Há muito o que aprender e experimentar.

23% afirmaram que as organizações para as quais trabalham já estão fazendo mudanças na forma de atuar devido à IA.

16% se disseram extremamente familiarizados com o uso da IA generativa na comunicação

59%  já tinha usado o ChatGPT

13% não tinham ainda experimentado a ferramenta

Benefícios para a eficiência, dúvidas sobre a criatividade

88% acham que a IA vai ter impacto positivo na rapidez e eficiência

72% acreditam que vai reduzir a carga de trabalho

57% estão usando a IA para produzir press releases, textos para blogs e postagens para mídias sociais

55% acham que vai ajudar na criatividade

25% acham que a criatividade será prejudicada

Preocupações dos comunicadores e as habilidades que ganham ou perdem importância

Alguns erros da IA generativa viraram piada ou folclore. Outros afetaram reputações, como o do prefeito australiano que havia denunciado um esquema de corrupção quando trabalhava em uma empresa e tempos depois foi apontado em texto do ChatGPT como o responsável pelo delito.

Confira as maiores preocupações dos comunicadores com a adoção da tecnologia, segundo a pesquisa da USC Annemberg. 

Fazer as perguntas certas sempre fez parte do conjunto de habilidades de um profissional de comunicação. Isso não mudou. O que muda é o interlocutor. Veja as outras características que vão ganhar (ou perder) importância com o uso da IA na atividade.

Fred Cook, diretor do USC Annemberg Center for Public Relations, disse que em uma pesquisa anterior realizada pelo centro apenas 4% dos profissionais de RP disseram estar ‘muito familiarizados com a IA. Mas embora o número tenha aumentado, ele se preocupa com o futuro:

“Historicamente o setor de comunicação é lento para adotar novas tecnologias. Não podemos deixar que isso aconteça com a IA.”

O relatório completo pode ser visto aqui.


Este artigo faz parte do Especial ‘Os desafios da ESG na era da Inteligência Artificial

Leia aqui a edição completa. 

 

 

 

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