Londres – Um novo estudo realizado pelo instituto americano Pew Research Center para identificar as percepções sobre a ONU (Organização das Nações Unidas), que está realizando em Nova York sua 78ª Assembleia Geral, revelou que na maioria dos 24 países pesquisados, incluindo o Brasil, mais de 50% do público tem opinião favorável sobre a organização – mas a situação não é tão confortável.
A aprovação caiu em 10 dos 16 países onde a pesquisa foi feita em 2022 e 2023, e ficou estável em outros dois no período de um anoA taxa média de aprovação é de 63%, contra 49% em 2019, ano em que os 24 países foram pesquisados.
O Brasil é um dos poucos países do mundo onde a opinião sobre a ONU melhorou, subindo de 47% de aprovação em 2019 para 53% este ano.
Muitos brasileiros não têm opinião sobre a ONU
Ao mesmo tempo, o papel da ONU não parece ser entendido ou acompanhado por uma parcela significativa da população brasileira: 29% desaprovam a entidade e 18% não manifestaram opinião.
O país onde a população se revelou mais crítica à ONU foi Israel, com 62% expressando desaprovação. No Japão, o mesmo aconteceu com 50% dos entrevistados.
Esses dois países têm historicamente uma perspectiva ruim da ONU. Desde 2007, a maioria da população de Israel (58%) tem visão negativa da entidade.
No Japão a virada aconteceu em 2020, quando 55% do público se demonstrou descontente com a ONU.
Um quinto ou mais das pessoas não souberam responder ou não deram opinião no Brasil, Argentina, África do Sul e Indonésia.
Entre as 16 nações onde a pesquisa foi feita em 2022, a ONU perdeu mais aprovação na Hungria, com queda de 11 pontos percentuais em comparação a 2023. Os outros países onde a reputação da organização mais caiu foram Alemanha e EUA.
Em comparação a 2019, a opinião dos indianos sobre a ONU melhorou 17%. O centro de pesquisa suspeita que essa alta se deve ao aumento da percentagem de pessoas que deram opinião este ano.
Em 2019, 44% não responderam nem favorável nem desfavoravelmente. Este ano, apenas 12% não se manifestaram.
Critérios como defesa dos Direitos Humanos, da paz mundial e do desenvolvimento econômico pela ONU são vistos como positivos pelos entrevistados.
O Secretário-Geral da ONU, o português António Guterres, tornou-se uma voz importante na defesa de causas como o combate aos efeitos da mudança climática e ao aumento de discurso de ódio nas redes sociais.
Mas sozinho não parece estar sendo capaz de controlar a perda de prestígio da organização.
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Espectro Político
O estudo também indica que a posição política de um indivíduo impacta a visão a respeito da ONU. Em alguns países, pessoas que se consideram de esquerda tendem a ser mais favoráveis do que as da direita.
Em Israel, pessoas de esquerda tem 50% mais probabilidade de serem favoráveis à ONU do que as de direita.
Nos Estados Unidos, liberais têm probabilidade de 79% de verem a ONU de forma positiva, contra 34% dos conservadores.
Uma exceção curiosa é a Grécia, onde 57% das pessoas autodenominadas de direita têm visão positiva da organização, contra 41% da esquerda.
Em outros países, segundo o estudo, pessoas com maior escolaridade têm mais probabilidade de apresentarem opinião favorável à ONU.
Na Alemanha, 78% das pessoas com educação superior aprovam a entidade, em comparação a 64% dos entrevistados com ensino médio ou menos anos de educação.
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Semana da Assembleia Geral
A 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU foi aberta no dia 5 de setembro. Durante esta semana acontece os debates de alto níveo, com líderes como o presidente Luís Inácio Lula da Silva discursado no encontro.
No entanto, chefes de governo de nações importantes como Reino Unido e França não compareceram, mandando apenas representantes.
Este ano, os Estados-membros estão debatendo o tema “Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerar a ação na Agenda 2030 e em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável rumo à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos”.
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