Londres – O registro preocupante do derretimento da calota polar Austfonna, na Noruega, um alerta para os efeitos da mudança climática, foi a foto vencedora do concurso Nature TTL Photographer of the Year, promovido pela plataforma de imagens da natureza Nature TTL.
Outras imagens premiadas também servem como alerta para os riscos a que a natureza está submetida devido ao aquecimento global e à ação do homem. Mas há também cenas de esperança, como a que registra aumento da população de leões-marinhos no México graças aos esforços de preservação da espécie.
Foto vencedora mostra região derretendo a taxas alarmantes
Terceira maior do mundo, a calota Austfonna fica na ilha Nordaustlandet, cobrindo cerca de 8 mil quilômetros quadrados.
Está derretendo a taxas alarmantes devido ao aquecimento global e contribuindo para a subida do nível do mar. Esse foi o tema da foto vencedora do concurso, feita por Thomas Vijayan, que ganhou também na categoria Paisagens.
“Meu Reino”, em Los Islotes, La Paz, México, por Simon Biddie
Já a foto vencedora na categoria Retratos Selvagens “Meu Reino”, é uma mensagem de esperança de preservação da vida animal, mostrando um leão marinho macho em primeiro plano, à frente de seu harém em Los Islotes, no México.
Durante a época de acasalamento, os machos tornam-se territoriais e protegem o seu harém de até 30 fêmeas. Esse permitiu que o fotógrafo ficasse com o grupo por um longo período, e estava mais curioso do que preocupado em proteger seu território.
A quantidade de leões marinhos dessa área aumentou em comparação com outras colônias no México. Isso em virtude de a área ter se tornado Património Mundial da UNESCO e Parque Nacional Marinho, onde a zona de proibição de captura protege toda a cadeia alimentar, proporcionando uma rica fonte de alimento para os leões-marinhos.
Veja as outras fotos vencedoras do concurso este ano
“Busca de nova casa”, em Staffordshire, Reino Unido, por Lucy Monckton
A autora da foto vencedora na categoria Juventude contou que durante uma caminhada em Staffordshire, no Reino Unido, percebeu a presença desse enxame por um zumbido alto. Ela encontrou milhares de abelhas se movimentando sobre um galho.
“A realocação é um processo natural que ocorre quando uma colônia se torna grande demais para seu lar. A rainha então sai com algumas abelhas para encontrar outro lar.”
“Desaparecendo”, em Dunedin, Flórida, EUA, por Robert Gloeckner
O contorno de uma garça azul parece desaparecer em meio à luz verde refletida no mar da costa da Flórida, na foto vice-campeã da categoria “Retratos Selvagens”. O efeito verde é na verdade o reflexo de um semáforo na água.
Com a redução de seu habitat natural, as garças-reais frequentemente interagem com os humanos, especialmente os pescadores, para obter uma refeição fácil. Para obter o efeito, o fotógrafo se concentrou no fundo verde e movimentou intencionalmente a câmera para dar à imagem uma perspectiva esmaecida.
“Caça às Focas”, em Svalbard, Noruega, por Florian Ledoux
A foto de um urso polar macho aguardando paciente junto a um orifício de respiração para poder capturar uma foca no momento em que ela viesse à tona foi a vencedora na categoria “Comportamento Animal”.
O fotógrafo conta que ficou maravilhado com a resiliência do caçador:
“Nesta sinfonia de sobrevivência no Ártico, a determinação inabalável do urso polar deixou uma marca indelével nas nossas almas”.
“Luta de Robins”, na Escócia, Reino Unido, por Jane Hope
Na primavera, os Robins (Erithacus Rubécula) tornam-se defensores agressivos de seus territórios, para garantir seus direitos de reprodução. Uma dessas batalhas entre eles foi o tema da foto vice-campeã na categoria “Comportamento Animal”.
A autora conta que as condições eram desafiadoras para a fotografia, e que teve que acertar o tempo de exposição por causa da luz do sol, da neve no chão e pelo fato de a luta acontecer na sombra do esconderijo.
“Cruzando Barreiras”, em Solidaridad, Quintana Roo , México, por Fernando Constantino Belmar
A foto de uma onça flagrada no México foi a vencedora na categoria “Armadilhas Fotográficas”. A caça ilegal, o desmatamento e a fragmentação do habitat têm causado um aumento nas interações com os humanos e, na maioria das vezes, isso não tem terminado bem para os felinos daquela área.
O autor conta que o animal já havia sido visto antes, e por isso colocou uma armadilha fotográfica em uma parede quebrada que levava à selva, conseguindo esse flagrante.
“Pai atencioso”, na República Checa, por Igor Mikula
A foto vice-campeã na categoria “Armadilhas Fotográficas” mostra um melro alimentando seus filhotes. O autor conta que os animais viviam na janela do banheiro da casa de um amigo.
Depois de observar o comportamento deles por muitas horas, o fotógrafo percebeu que a presença da câmera não os incomodava, mesmo durante a alimentação, o que permitiu que a imagem fosse captada com o uso de um gatilho remoto.
“Percepção de profundidade”, em Manly Beach, Sydney, Austrália, por Rowan Querido
A foto campeã na categoria subaquática mostra uma concentração de uma espécie de água-viva conhecida como Jelly Blubber (Catostylus mosaicus). O fotógrafo notou que nos últimos anos, a quantidade tem aumentado por volta de março a abril, quando o vento e as correntes as trazem do norte.
“Este ano, tivemos duas a três vezes mais do que eu já tinha visto. Uma área tinha uma grande concentração. Da superfície, mirei para baixo, para ter uma percepção real e profunda de quantos eram e criar esse ambiente alienígena.”
“Controle de multidão”, em Skjerv ø y , Noruega, por Andy Schmid
Uma baleia orca fêmea se alimentando de um cardume de arenques foi o tema da foto vice-campeã na categoria subaquática. Todo inverno, grandes cardumes de arenque migram do oceano aberto para os fiordes do norte da Noruega e atraem um grande número de grandes predadores, como orcas e baleias jubarte.
“Testemunhar orcas se alimentando de arenque usando sua técnica de alimentação em carrossel é muito emocionante, mas não é fácil de capturar devido a vários fatores, como a pouca luz, a visibilidade limitada, a temperatura fria e o ritmo acelerado da ação”, explica o autor, que conseguiu superar todas essas dificuldades para obter o flagrante.
“Via Láctea”, em Gyulaj , Hungria, por Bence Mate
A fotografia vencedora na categoria “Céu Noturno” mostra um javali com a Via Láctea ao fundo. Na Hungria, onde a imagem foi capturada, a Via Láctea raramente está suficientemente baixa no céu para tocar o horizonte, e este fenómeno ocorre apenas durante alguns dias no mês de agosto.
“Forte tempestade solar”, na Islândia, por Josselin Cornou
O segundo lugar da categoria “Céu Noturno” foi para a imagem da aurora boreal captada de dentro de uma caverna onde cai uma cachoeira, na Islândia. O fotógrafo conta que é extremamente raro testemunhar o fenômeno naquela localização, pois as auroras boreais ocorrem mais ao norte.
“Esta foto captura um momento de pura admiração, uma das minhas fotos mais desafiadoras até agora. Depois de esperar três horas no frio, às 3 da manhã as cores da aurora boreal apareceram, numa exibição de tirar o fôlego. Quinze minutos depois, elas moveram-se novamente para o norte”, conta o autor.
“Pintura”, no Parque Nacional Rondane, Noruega, por Florian Smith
A imagem vencedora na categoria “Mundo Pequeno” foi capturada no Parque Nacional Rondane, na Noruega. Mostra uma mariposa morta na superfície de uma película bacteriana. “Quando olhei pelo visor, parecia uma pintura para mim”, lembra o autor.
“Ponto, Linha e Plano”, em Canberra, Austrália, por Yicai Chang
A imagem de uma formiga carpinteira caminhando sobre uma folha é o tema da foto vice-campeã na categoria Mundo Pequeno. O ângulo da foto capta as folhas de lado, como se fossem planos. O flagrante foi capturado na Reserva Natural Black Mountain, em Canberra.
“Passei vários fins de semana observando. Durante uma visita, notei que as formigas continuavam se movimentando entre as folhas de uma árvore, como se estivessem procurando uma nova fonte de alimento. Quando uma delas subiu em uma das folhas, uma cena simples, mas milagrosa, apareceu. A formiga, as folhas e o plano focal pareciam congelar em uma fração de tempo. Sem hesitar, peguei minha câmera para capturar esse momento para sempre”, narra o fotógrafo.
“Caixa de pintura”, em Rio Tinto, Espanha, por Florian Smit
Uma foto ou uma pintura? O segundo lugar da categoria Paisagens, perdendo apenas para a foto vencedora geral do concurso, foi uma imagem captada por drone. Mostra um filete do Rio Tinto, na Espanha, de uma perspectiva única, com uma composição de cores que mais parece uma obra de arte.
“Quando tivermos ido”, na Baixa Saxônia, Alemanha, por Florian Smit
A foto vencedora na categoria “Vida Selvagem Urbana” mostra um rato marrom em uma casa abandonada. O autor teve que acionar três flashes para iluminar a cena e usou um sensor de movimento para acionar a câmera.
Interseção de tráfego, em Ibben ü ren, Alemanha, por Simone Baumeister
Para tirar a foto que ficou com o segundo lugar na categoria Vida Selvagem Urbana, a autora caminhou de noite até uma passarela de pedestres que oferecia uma visão direta de um dos principais cruzamentos de trânsito da cidade onde mora. Dali, obteve uma linda composição com uma aranha em primeiro plano e as luzes da cidade ao fundo.
“Havia muitas aranhas na grade da passarela. Usando uma lente analógica antiga, fotografei uma aranha em frente às luzes coloridas dos muitos carros que passavam no cruzamento”, explica a fotógrafa.
“Caminhada na Colina”, em Tá pi ó s á g , Hungria, por Ákos Őrsi
O segundo lugar da categoria “Juventude” foi para uma foto de cervos no alto de uma pequena colina. A foto, captada ao por do sol, a uma distância muito grande dos animais, proporciona uma bela composição de efeito minimalista.
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