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Vivendo cortes de telefonia e internet, Gaza ganhará rádio de emergência da BBC em ondas médias

BBC Arab News cria rádio de emergência em Gaza para contornar falhas no acesso à internet

BBC Arab News é um dos canais do serviço de notícias em diferentes idiomas da BBC (foto: divulgação)

Londres – O serviço de notícias em árabe da BBC News anunciou a criação de uma rádio de emergência em Gaza para divulgar informações e orientações de segurança à população afetada pelo conflito entre o Hamas e Israel, que completa um mês no próximo sábado, sem depender da internet. 

Voltando à era do rádio, a Gaza Daily vai operar em ondas médias, com programação feita em Londres e no Cairo. Como as comunicações via internet e telefone continuam sofrendo interrupções em Gaza, o conteúdo chegará ao público sem depender dessas conexões.  

O serviço transmitirá inicialmente um programa por dia às 117h (horário local) a partir de sexta-feira, 3 de novembro. Uma segundo boletim passará a ir ao ar às 19h no dia 10 de novembro.

Informações em Gaza sem depender da internet 

A programação incluirá notícias e também bem conselhos de segurança sobre onde ter acesso a abrigo, alimentos e abastecimento de água. 

O BBC News World Service, criado em 1932 com o nome de Empire Service,  ajudou a popularizar a rede de notícias pública britânica em todo o mundo e funciona como um importante instrumento do soft power do país, primeiro via rádio e depois por outras formas como TV e Internet.

Atualmente a programação é transmitida em 42 idiomas, incluindo português. 

A rede já criou outras rádios de emergência durante guerras, como no Sudão e na Ucrânia. Mas dessa vez precisará redobrar os cuidados para evitar críticas como as que têm enfrentado na cobertura da guerra entre o Hamas e Israel, desagradando os dois lados. 

Nos primeiros dias do conflito, a BBC adotou a política editorial de não denominar os integrantes do Hamas como terroristas, optando por classifica-los de militantes.

A posição foi condenada pela comunidade judaica, que chegou a fazer protestos diante da sede em Londres, e pelo governo britânico, que incluiu o grupo em sua  lista de entidades terroristas em 2021. 

Diante das pressões, a rede voltou atrás, mas não se livrou de problemas.

Teve que se desculpar por um comentário do correspondente Jon Donnison atribuindo o ataque ao hospital Al-Ahli, em Gaza, ao exército israelense sem que naquele momento houvesse evidências.

E anunciou uma investigação sobre jornalistas do serviço árabe que postaram conteúdo favorável ao Hamas.  

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