Londres – Fotografar animais selvagens exige talento, paciência e às vezes sorte, como aconteceu com a bióloga e fotógrafa americana Torie Hilley, autora de uma das melhores fotos do concurso Siena International Photography Awards 2023.
Em um safári na África, ela foi “presenteada” com duas filas de leões seguindo a trilha deixada pelos pneus do carro em que viajava, disfarçados em meio à vegetação amarelada da estação seca. A imagem conquistou o primeiro lugar na categoria “Animais em seus habitats”.
O concurso faz parte do Festival de Siena, que acontece todos os anos em outubro na cidade italiana.
Veja as demais fotos de animais selvagens em poses delicadas, poéticas ou bem “selvagens” escolhidas pelo júri deste ano.
As melhores fotos de animais selvagens do ano em Siena
Quem pode ter medo de um urso polar macho descansando tranquilamente em uma cama improvisada entre as flores silvestres? A foto é do eslovaco Martin Gregus, que vive no Canadá e já recebeu vários prêmios por fotos de ursos polares.
O terceiro lugar no concurso ficou com uma imagem que até parece uma briga, mas segundo o fotógrafo indiano Siddhartha Ghosh, não passa de uma brincadeira.
“O lobo indiano, uma subespécie do lobo cinzento, é conhecido por seu comportamento brincalhão e barulhento, mas esses momentos lúdicos podem se tornar cada vez mais raros, já que a população da espécie está diminuindo”.
Assim como a vencedora de categoria fotos de animais selvagens na natureza, o sueco Staffan Widstrand também deu sorte.
Não é todos os dias que alguém encontra, num parque em plena savana africana, um elefante tentando se esconder dos visitantes atrás de um arbusto menor do que ele.
Ao perceber que a camuflagem não tinha dado certo, o animal se afastou calmamente.
Outra surpreendente faceta do comportamento dos elefantes: na estação seca, um leopardo passa por dois deles, na tentativa de beber água. O felino é enquadrado na foto entre os dois gigantes.
A dupla percebe a presença do leopardo, mas permanece imperturbável e deixa o predador beber sua água em paz, mesmo a poucos metros de distância.
E a emoção de mergulhar com hipopótamos? Uma tarefa nada fácil, até porque além de seu tamanho imponente, eles são conhecidos por seu comportamento hostil. Mas isso não foi obstáculo para Mike Korostelev.
Depois de observar uma família desses animais por mais de dois anos, ele teve a coragem de mergulhar perto deles e capturar imagens de tirar o fôlego.
O que acontece se dois leões, depois de abaterem uma jovem zebra, disputam quem fica com a melhor parte da refeição?
A foto destacada pelo júri na categoria de imagens de animais selvagens em seus habitats mostra: uma batalha feroz pelas partes da presa, com cada um puxando ferozmente para um lado.
Recusando-se a desistir, os dois rugiam e se engalfinhavam, proporcionando um show de imagens.
Por falar em batalha feroz, essa foi memorável: num duelo de titãs, um leão jovem e inexperiente enfrenta um oponente formidável – um búfalo.
A luta durou mais de uma hora, e terminou sem um vencedor. O leão sofreu um ferimento provocado pelo chifre do búfalo na perna traseira. No final, os dois oponentes se afastaram, com graves ferimentos cada um.
Um magnífico babuíno macho com uma pelagem longa e espessa chamou a atenção do fotógrafo Patrice Quillard, que logo descobriu que estava diante do líder do grupo.
O olhar intenso do animal faz com que o espectador entenda toda a força de seu domínio sobre os demais.
Durante um dia chuvoso, uma mãe e um filhote acabam perto de um urso pardo macho adulto. Assustado com o desconhecido enorme, o filhote correu até sua mãe para encontrar um abrigo seguro.
Passando aos ursos polares, o nascimento de três filhotes entre eles é uma ocorrência rara na natureza. Mas quando acontece, o terceiro nasce mais fraco. A mãe terá que ajudá-lo mais, e será difícil para ele sobreviver até a idade adulta.
Na foto, o terceiro filhote aparece afastado, mas lutando para manter o ritmo dos dois irmãos, que seguem junto da mãe.
A foto de Hannes Lochner captura simultaneamente dois mundos contrastantes: o da parte de cima e o debaixo d’água.
Acima da superfície, um genet se aproxima silenciosamente, para evitar assustar suas presas. Dentro da pequena lagoa, um grupo de grandes carpas nada, enquanto o perigo se aproxima.
As nuances em preto e branco da foto iluminam e fortalecem uma visão incomum do majestoso rei dos animais selvagens. O leão é retratado frágil e triste.
Um momento bem diferente daqueles em que ele costuma ser retratado mostrando seu lado feroz e corajoso, caminhando orgulhosamente no meio da savana africana, lutando pelo domínio do grupo ou caçando com toda a sua força.
O fotógrafo acompanhou esse arminho por vários dias. Num deles, o animal mostrou um comportamento incomum, fazendo saltos e expressões estranhas, como a registrada na foto.
Mas não foi exibicionismo: segundo os cientistas, essas demonstrações são interpretadas como uma técnica de distração diante de uma potencial presa.
A foto do voo rasante mostra como os pelicanos de bicos pontuais geralmente pegam suas presas favoritas, os peixes, com sua enorme bolsa do bico, enquanto nadam perto da superfície.
Eles geralmente pescam sozinhos ou em pequenos bandos. Quando em grupo, podem se alinhar e conduzir os peixes em direção às águas rasas, para facilitar seu trabalho.
Outra imagem de um momento incomum: na maioria das fotos mostrando ursos capturando peixes nas quedas d’água, geralmente é possível ver apenas o perfil lateral desses animais.
Esta é totalmente peculiar, pois mostra o urso quase de frente, dentes à mostra, prestes a abocanhar o salmão.
As fotos vencedoras da categoria Animais Selvagens em seu Habitat foram publicadas com autorização do Siena International Photo Awards e não podem ser reproduzidas.
