Um programa sobre transplante de órgãos do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, venceu o prêmio de jornalismo de saúde organizado pela Fundação Gabo em conjunto com a Roche. 

O resultado do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, que recebeu 698 inscritos este ano, foi anunciado nesta quinta-feira (16) em uma cerimônia na Cidade do Panamá. 

A melhor reportagem em mídia impressa foi “Nascimentos quebrados”, de Cuba, uma produção independente. A vencedora na categoria Cobertura Diária foi  “A onda devastadora de distúrbios psicológicos em adolescentes”, publicada no La Nación, da Argentina. 

Prêmio de jornalismo promove excelência da cobertura de saúde

O prêmio de jornalismo científico organizado pela Fundação Gabo está em sua décima-primeira edição e tem como objetivo promover a qualidade na cobertura de temas de saúde e ciência na região. O tema deste ano foi Desafios da Saúde. 

São três categorias principais:  Jornalismo Escrito, Jornalismo Audiovisual e Cobertura Diária.

Em cada categoria foi escolhido um vencedor e outro reconhecido com menção honrosa. Além disso, entre as indicações nas três categorias, uma matéria recebeu menção honrosa em Jornalismo de Soluções, por se destacar na aplicação dessa abordagem jornalística.

Segundo a Fundação Gabo, as reportagens vencedoras exploram questões cruciais para a saúde na América Latina, como os transtornos mentais dos adolescentes na Argentina, a violência obstétrica em Cuba e a cultura dos transplantes de órgãos no Brasil.

Os autores foram premiados com a participação em um programa de formação em jornalismo em saúde, que inclui a participação em um workshop presencial a ser realizado em Medellín (Colômbia), no primeiro semestre de 2024.

Conheça os vencedores do prêmio

Jornalismo impresso 

“Nascimentos quebrados”, Cuba 
Claudia Padrón, Isabel Echemendía e Cynthia de La Cantera.

Reportagem Partos Rotos mostra o drama das mulhreres em Cuba

Broken Births é uma investigação aprofundada que descreve de forma comovente a violência obstétrica em Cuba, através de vários testemunhos de mulheres que foram impactadas por estas práticas.

Utilizando diferentes ferramentas jornalísticas e das ciências sociais, a obra consegue retratar a magnitude de um problema que permaneceu oculto pela falta de informação e pelo sigilo do Estado. 

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Jornalismo Audiovisual

“Transplante de Órgãos”, Profissão Repórter, TV Globo 
Por Eduardo Prestes Diefenbach, Caco Barcellos, Nathalia Tavolieri e Mayara Teixeira

Este trabalho, que foi ao ar em 2022, apresenta de forma muito humana a importância de haver uma cultura de transplante de órgãos, disse o júri do prêmio.

“Sua sensibilidade e empatia ao relatar os casos dos pacientes é um dos fatores mais relevantes. Possui uma pesquisa minuciosa, que se reflete no tempo de conclusão, nos dados apresentados e nas imagens de impacto que exibe.”

Cobertura Diária

“A onda devastadora de distúrbios psicológicos em adolescentes” – Jornal La Nación (Argentina)
Maria Ayuso

A série de reportagem deu visibilidade à necessidade de implementação de políticas públicas que promovam a ampliação da capacidade assistencial por meio de infraestrutura adequada, bem como de ferramentas e equipes interdisciplinares por parte do Estado.

Reportagem Lá Nación Argentina sobre saúde mental de jovens

Reflete também a necessidade de capacitação de todos os profissionais de saúde no atendimento desses casos.

Na avaliação do júri, a qualidade narrativa, fluida e envolvente, aproxima o leitor de forma humana e empática, afastando-se do sensacionalismo e contando com vários protagonistas, fotografias de alta qualidade e dados gráficos de utilidade pública.

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Menção Honrosa em Jornalismo de Soluções

A esperança navega pelo rio Ucayali” – El País – Edição América (Peru)
Ramiro Escobar La Cruz

Uma reportagem que combina investigação, relato de campo, sensibilidade, rigor e elevada qualidade narrativa, na avaliação do júri. 

Reportagem Forth Hope publicada no El País sobre atendimento de saúde feito por barco na Amazônia

O trabalho conta a história do Forth Hope, um navio que navega pelos rios da Amazônia peruana para levar atendimento médico às pessoas de cidades e vilarejos desta região, comunidades remotas onde não há centros de saúde públicos ou serviços médicos.