Fotos de paisagem premiadas mostram a força da natureza e os efeitos da ação humana

O concurso de fotgrafia Natural Landscape Photography Awards divulgou os vencedores de sua edição 2023, reunindo imagens que mostram os efeitos da ação do homem sobre o meio ambiente e resistência aos impactos. 

A competição recebeu mais de 11 mil fotos de paisagens feitas por fotógrafos de 54 países. Entre os ganhadores está Tiago Mateus Almada, de Portugal, com uma série de fotos monocromáticas que retrata o pinheiro-manso costeiro português e sua resistência aos fenômenos climáticos.

Paisagem de pinheiros retratada nas fotografias premiadas

O pinheiro-manso ou ‘Pinus Pinea’, é uma espécie originária da região do Mediterrâneo. O fotógrafo registrou-o para mostrar como estas árvores resistem à seca do verão, crescem facilmente em solos arenosos fracos e resistem aos fortes ventos costeiros e ao ar salgado.

Ao longo de sua vida, que costuma chegar aos 150 anos, os pinheiros sofrem inúmeras fraturas causadas por tempestades ou pelo peso de sua copa, o que lhes confere na maioria dos casos, formas incríveis que contam a história de suas vidas e sua luta contra os elementos da natureza.

Portugal detém cerca de 9% da área total mundial desta espécie, que pode ser encontrada também na Espanha, França, Itália e Turquia.

Tim Wrate, Sydney, Austrália

 O segundo projeto premiado foi o do fotógrafo de paisagem australiano Tim Wrate. A série ‘Devastação’ documenta em imagens aéreas uma paisagem destruída pela ação do homem.

As fotografias foram feitas  perto da cadeia de ‘billabongs’ (tipo de oásis) de água doce conhecida como Rio Mary, e registram o que era um próspero ecossistema de água doce do pântano de Melaleuca e agora é uma extensão árida de árvores mortas e água hipersalina.

A subida do nível do mar, alterações dos padrões ciclonicos e de monções e o impacto dos búfalos selvagens foram alguns dos fatores que resultaram no avanço da água salgada da costa para os sistemas fluviais de água doce.

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Nicolas Raspiengeas, Auvergne, França

Fotógrafo autodidata, Nicolas descobriu sua paixão pela fotografia de paisagem aos 30 anos. Premiado com a terceira colocação, o fotógrafo registrou a série ‘Apaa’ quando descobriu por acaso,  turfeiras  em uma viagem à Lapônia no outono.

A turfa é um material de origem vegetal, parcialmente decomposto, encontrado geralmente em regiões pantanosas e também sob montanhas.

As fotos feitas com um drone registraram algumas formações muito peculiares da paisagem do pântano, formadas por musgos e outras espécies de plantas.

 Martin Bürner, Darmstadt, Alemanha

Vencedor da categoria Ambiental, o fotógrafo alemão retratoun a série ‘Estopim’ um incêndio florestal no Norte na Austrália.

As chamas dividem a imagem em uma área queimada e uma área ainda não queimada, uma cena cheia de fumaça inundada pela luz do sol poente.

Jay Tayag, Sul da Califórnia, EUA

 Tayag é um fotógrafo de paisagem e natureza que gosta de explorar principalmente os desertos da Califórnia. Sua foto premiada em segundo lugar, intitulada ‘Vazio’, foi feita no Lago Owens, em Sierra Nevada, na Califórnia.

O local já foi um grande lago onde barcos a vapor transportavam mercadorias de um lado para o outro. A água que alimentava o lago Owens foi desviada para Los Angeles no início dos anos 1900.

Agora o lago está quase vazio e várias intervenções estão em andamento visando evitar que tempestades de poeira nocivas envolvam a área.

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Conheça outras fotos de paisagem premiadas no concurso

Peter Eastway, Sydney, Austrália

O fotógrafo profissional Peter Eastway é editor da revista de fotografia Better Photography Magazine. A imagem vencedora na categoria Foto Aérea retrata o Lago Frome em Munda, Sul da Austrália.

A foto foi tirada logo após o nascer do sol e seu reflexo na lente adicionou um toque extra de cor a imagem.

O lago é considerado o local com uma das areias mais brancas do mundo e sua superfície plana é pontuada por ilhas elevadas de areia amarela, sopradas pelos desertos ao redor e moldadas por ventos.

Spencer Cox, Colorado, EUA

Spencer Cox é fotógrafo de paisagem e professor de fotografia e foi um dos premiados no concurso Natural Landscape com a imagem ‘Romper as nuvens’.

Numa manhã de nevoeiro no deserto de Liwa, em Abu Dhabi, o fotógrafo colocou o seu drone acima das nuvens e avistou dunas de areias onduladas. A imagem ficou com o terceiro lugar na categoria Grandes Cenas.

David Hunter, Califórnia, EUA

Ex-fotojornalista, David Hunter se tornou fotógrafo de paisagem e natureza. Sua imagem ‘Marcador do solstício e trilhas estelares’ foi a vencedora da categoria Noite.

A foto foi tirada com uma permissão especial de acesso ao Parque Nacional da Floresta Petrificada, no estado do Arizona, através de um marcador do solstício de verão dos nativos americanos.

Lukás Vesely, Praga, República Tcheca

A foto intitulada  ‘Sprites vermelhos e ondulações de airglow acima da árvore’ foi premiada com o terceiro lugar na categoria Noite.

Ela mostra os chamados ‘Red Sprites’, eventos luminosos formados por fortes raios durante tempestades.

Essas formações têm dezenas de quilômetros de extensão e por isso é possível observá-las de uma grande distância. 

James Hider, Melbourne, Austrália

Hider foi o vencedor na categoria Mundos Aquáticos do concurso de fotos de paisagem com a imagem ‘De manhã cedo em Piemans Falls’.

A imagem capturada a luz da manhã de um dia quente de verão atinge a linha do cume da montanha onde a água do Piemans Creek cai a mais de 100 metros, nas profundezas do Parque Nacional Alpino de Victoria, Austrália.

Bárbara Seiberl-Stark, Saint Pölten, Áustria

A imagem vice-campeã da categoria Mundos Aquáticos do concurso de fotografia de paisagem Natural Lanscape Photography foi feita na Islândia, em Godafoss, durante o sol da meia-noite.

Anders Angelhag, Lund, Suécia

O fotógrafo sueco qficou com o terceiro lugar na categoria Mundos Aquáticos com ‘Pântano de conto de fadas’.

A imagem tem um ar misterioso devido à neblina que cobria o Parque Nacional Stenshuvud, na Suécia. “À medida que a luz do dia diminuía a imagem do pântano após o pôr do sol parecia uma cena de um conto de fadas mágico”, contou.

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