Londres – O jornalista afegão Ehsan Akbari, chefe-adjunto da agência de notícias Kyodo News, foi libertado nesta quinta-feira (25) depois de permanecer preso pelo Talibã em Cabul durante nove dias, informaram em nota o Centro de Jornalistas do Afeganistão (AFJC, na sigla em inglês) e o meio de comunicação japonês.
Ehsan Akbari foi detido no dia 17 de janeiro, segundo sua família, após atender a uma convocação para comparecer ao Centro de Mídia e Informação do Governo (GMIC).
Na manhã seguinte, agentes da Direção Geral de Inteligência (GDI) o levaram até a redação e apreenderam seus equipamentos de trabalho, incluindo computador e câmera. Ele foi forçado a ligar para a família e entregar o smartphone aos oficiais.
Porta-voz do Talibã explica por que jornalista foi preso
O porta-voz dos Talibã,, Zabihullah Mujahid, informou ao Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) que o jornalista foi preso porque esteve “em contato com círculos antigovernamentais e transferiu informações para eles”.
Citando uma fonte que não quis se identificar, o Centro de Jornalistas do Afeganistão disse que a libertação de Akbari foi facilitada através de um procedimento que segue o “Compromisso para Preservar a Política de Meios de Comunicação Taliban”.
A organização salientou a prisão foi um ato ilegal, que infringiu a sua liberdade.
“Esta detenção violou diretamente a Lei da Comunicação Social, que afirma explicitamente que as queixas contra jornalistas e meios de comunicação devem ser tratadas pela Comissão de Reclamações e Violações de Direitos dos Meios de Comunicação Social.” “
A AFJC apelou à Direção Geral de Inteligência (GDI) para que cesse as prisões em massa de jornalistas, “que perpetuam o medo e a autocensura e dificultam o funcionamento dos meios de comunicação social em linha com a lei, tal como reconhecida pelo governo Taliban.”
De acordo com a entidade, outros dois jornalistas foram presos na semana passada pelo Talibã.
Ahmad Jawad Rasooli e Abdulhaq Hamidi, da Agência de Notícias Gardesh-e-Etilaat, foram detidos pela GDI em Cabul em 18 de janeiro, e libertados em 20 de janeiro após pagarem fiança.
Em 2023, o AFJC documentou 168 incidentes de violações contra jornalistas no país, incluindo 61 casos de detenções de jornalistas e profissionais de mídia.
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