Londres Kate Middleton está com câncer, notícia dada por ela própria em um vídeo postado nas redes sociais do Palácio de Kensington na tarde de sexta-feira (22), colocando fim a um mistério de mais de dois meses que desencadeou uma onda de boatos e de críticas sobre a forma de comunicação da realeza com a socidade – e também condenação dos que espalharam os boatos. 

No vídeo, ela diz que inicialmente a cirurgia que fez em janeiro não era para tratamento de câncer, mas depois houve a confirmação, com indicação de quimioterapia preventiva, que ela está fazendo desde o fim de fevereiro, segundo um porta-voz.

O tipo de câncer não foi informado, e nem há qualquer obrigação de que seja. A legislação britânica garante o direito à privacidade sobre informações médicas, que se estende a qualquer pessoa, inclusive aos membros da realeza, a não ser em casos especiais em que o monarca possa ter sua capacidade de exercer funções constitucionais afetada. 

Ela disse que a demora em dar informações deveu-se à necessidade de comunicar e “processar a situação” com os filhos.  Informações não confirmadas apontam para a escolha do dia como tendo sido motivada pelo início das férias de Páscoa, em que as crianças não frequentarão a escola pelos próximos dias e assim ficam protegidas de comentários. 

A princesa de Gales também registrou no vídeo gravado na quarta-feira pela BBC Estúdios a importância de ter William a seu lado, ajudando a desfazer os boatos de que os dois poderiam estar separados. 

A princesa pediu ‘tempo e espaço’ enquanto faz o tratamento e foca em sua recuperação plena. 

Leia a íntegra do comunicado feito pela princesa de Gales: 

Queria aproveitar esta oportunidade para agradecer, pessoalmente, por todas as maravilhosas mensagens de apoio e pela compreensão enquanto me recuperava da cirurgia. Foram alguns meses incrivelmente difíceis para toda a nossa família, mas tive uma equipe médica fantástica que cuidou muito bem de mim, pelo que sou muito grata.

Em janeiro, fui submetida a uma grande cirurgia abdominal em Londres e, na época, pensava-se que minha condição não era cancerosa. A cirurgia foi um sucesso. No entanto, testes após a operação revelaram a presença de câncer. A minha equipa médica aconselhou-me, portanto, que eu deveria submeter-me a uma quimioterapia preventiva e estou agora nas fase inicial desse tratamento.

É claro que isso foi um grande choque, e William e eu temos feito tudo o que podemos para processar e administrar isso de forma privada, para o bem de nossa família. Como você pode imaginar, isso levou tempo. Levei algum tempo para me recuperar de uma grande cirurgia para iniciar meu tratamento.

Mas, o mais importante, levamos tempo para explicar tudo a George, Charlotte e Louis de uma forma que seja apropriada para eles, e para tranquilizá-los de que vou ficar bem. Como eu disse a eles: estou bem e ficando mais forte a cada dia, concentrando-me nas coisas que vão me ajudar a curar; em minha mente, corpo e espírito.

Ter William ao meu lado também é uma grande fonte de conforto e segurança. Assim como o amor, o apoio e a gentileza demonstrados por tantos de vocês. Significa muito para nós dois. Esperamos que vocês entendam que, como família, precisamos agora de algum tempo, espaço e privacidade enquanto termino meu tratamento.

Meu trabalho sempre me trouxe uma profunda alegria e estou ansiosa para voltar quando puder, mas por enquanto devo me concentrar em fazer uma recuperação completa. Neste momento, penso também em todos aqueles cujas vidas foram afectadas pelo câncer. Para quem enfrenta esta doença, seja qual for a sua forma, por favor não perca a fé nem a esperança. Você não está sozinho.

Kate e Charles III com câncer ao mesmo tempo

O rei Charles também está em tratamento de câncer, anunciado em janeiro na mesma semana em que a notícia sobre a internação e cirurgia de Kate foi confirmada. 

Nos últimos dois meses, a falta de imagens e mais detalhes sobre a recuperação da princesa, figura mais popular da realeza britânica e futura rainha, provocou memes e teorias conspiratórias que ganharam o mundo, como a de que ela teria morrido, estaria em coma ou se separando do príncipe William. 

No Dia das Mães no Reino Unido, em 10 de março, a divulgação de uma foto de Kate com os filhos gerou ainda mais controvérsia e críticas sobre a transparência depois que foi removida pelas agências de notícias por indícios de manipulação digital.

Kate admitiu que havia feito edições, mas a foto original nunca foi apresentada, o que aumentou as teorias conspiratórias sobre o que teria sido editado. 

Uma das hipóteses apresentadas foi de que a foto de Kate era antiga, de uma capa da Vogue. 

Nem um vídeo pelo tabloide The Sun no último domingo conseguiu colocar fim aos boatos. Kate foi filmada com o príncipe William em uma loja de alimentos em Windsor, onde mora, mas a imagem extra-oficial continuou a alimentar histórias como a de que seria um dublê e não a princesa. 

Depois que a notícia do diagnóstico de câncer de Kate Middleton foi anunciada, começou um movimento inverso, com críticas aos que alimentaram as especulações. 

Uma delas foi feita pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. Em nota sobre o estado de saúde da princesa de Gales, ele se referiu à forma injusta como ela foi tratada pela mídia em alguns países e nas redes sociais, e reforçou o pedido de privacidade. 

Apesar de todas as controvérsias e questionamentos sobre transparência da comunicação com o público, uma pesquisa recente feita após a postagem da foto editada revelou que Kate continua contando com a confiança dos britânicos, assim como os outros integrantes da realeza. 

O diagnóstico de câncer, embora sem os detalhes que alguns gostariam, deve despertar simpatia pública e reverter a impressão negativa causada pelo longo silêncio.