O Kurt Schork Memorial Fund recebe até 31 de maio inscrições para seu prêmio anual de jornalismo, criado em memória do corresoondente de guerra assassinado em 2000 em Serra Leoa durante uma reportagem investigativa para a agência de notícias Reuters.
O objetivo é reconhecer relatos sobre conflitos, corrupção, violações dos direitos humanos e injustiças sociais feitos por jornalistas freelanceres, “fixers” (profissionais que auxiliam equipes internacionais ou de seu próprio país na produção de reportagens em suas localidades) e jornalistas de países em desenvolvimento.
Os trabalhos devem ter sido veiculados em mídia impressa ou online. Conteúdo em áudio e vídeo não é elegível para o prêmio. O concurso tem o apoio da Thomson Reuters Foundation.
A inspiração do prêmio de jornalismo
Kurt Schork era um jornalista americano que estava a serviço da Reuters em Serra Leoa quando perdeu a vida em uma emboscada. No mesmo ataque morreu um cinegrafista espanhol trabalhando para a Associated Press, e dois outros jornalistas da Reuters ficaram feridos.
A família e os amigos se uniram para criar um legado tangível em sua memória, com ajuda inicial da Reuters e apoio de outras instituições que garantem os recursos para o prêmio anual.
Os vencedores de cada categoria recebem US$ 5 mil (cerca de R$ 25 mil). Os jurados valorizam não apenas a excelência jornalística dos trabahos, mas também evidências de determinação e coragem na produção das reportagens, em referência às circunstâncias da morte de Schork.
O brasileiro Rafael Soares (Globo e Extra) venceu na categoria Repórter Local 2021 por suas investigações sobre assassinatos envolvendo policiais militares e civis no Rio de Janeiro. Os juízes reconheceram a pesquisa meticulosa sobre uma questão complexa, expondo a burocracia que permitiu o avanço da corrupção e impunidade.
Veja como participar
O prêmio na categoria Freelance é oferecido a jornalistas de qualquer país que tenham viajado para zonas de conflito, geralmente com grande risco pessoal, para cobrir o impacto e as consequências de guerras e distúrbios sociais.
Na categoria Repórter Local, o concurso reconhecerá o trabalho muitas vezes negligenciado de jornalistas em países em desenvolvimento que escrevem sobre acontecimentos em suas regiões.
Nas duas categorias, os candidatos devem submeter três reportagens publicadas entre 1º de junho de 2022 e 31 de maio de 2023 em jornais ou sites de notícias reconhecidos.
Os textos devem ser traduzidas para o inglês e acompanhados de uma descrição dos desafios e dificuldades para investigar e escrever sobre o tema.
Os jornalistas que trabalham como fixers, seja para correspondentes estrangeiros ou para brasileiros que precisam de apoio em regiões de risco ou de difícil acesso, devem enviar três referências dos profissionais com quem trabalharam entre junho de 2023 e maio de 2024, comprovando sua contribuição para as reportagens produzidas por eles, bem como links para as reportagens resultantes do apoio.
As inscrições para o Prêmio Kurt Schork de Jornalismo Internacional 2023 podem ser feitas por meio dosite oficial.
Os jornalistas premiados em 2023
Os vencedores da edição 2023 do prêmio foram o jornalista curdo sírio Hisham Arafat (categoria News Fixer), Asami Terajima, do Kyiv Independent (categoria Repórter Local) e a jornalista e editora francesa Léa Polverini (categoria Freelance).
Eles foram reconhecidos por reportagens sobre os conflitos no Iraque, Síria e Ucrânia, e por documentar a perseguição às minorias muçulmanas nos territórios de Xinjiang, na China.
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