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Brasileiro Sebastião Salgado recebe em Londres prêmio por contribuição extraordinária à fotografia

Londres –  A Organização Mundial de Fotografia concedeu nesta sexta-feira (19) em Londres ao fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado o prêmio Outstanding Contribution to Photography, como parte do Sony World Photography Awards 2024.

A homenagem Contribuição Extraordinária para a Fotografia reconhece uma pessoas que tiveram um impacto significativo no meio fotográfico. Já receberam a honraria grandes nomes da fotografia contemporânea como William Klein, William Eggleston, Elliott Erwitt, Martin Parr, Candida Höfer, Graciela Iturbide, Edward Burtynsky e Rinko Kawauchi. 

Sebastião Salgado disse: “Sinto-me honrado por receber este prêmio e por saber que o meu trabalho atinge o público. A fotografia é o meu modo de vida, é a minha linguagem, e ao longo da minha carreira sempre tive interesse em captar o momento histórico em que vivemos e contar as histórias da nossa espécie e do nosso planeta”.

Prêmio reconhece carreira de mais de 50 anos de Sebastião Salgado 

Um dos fotógrafos mais talentosos e mundialmente celebrados, Sebastião Salgado alcançou renome internacional por suas notáveis composições em preto e branco feitas ao longo de uma carreira de mais de 50 anos.

Como parte da homenagem, dezenas de fotografias de Salgado estão expostas na mostra Sony World Photography Awards 2024, no centro cultural Somerset House Londres, entre 19 de abril e 6 de maio de 2024.

A seleção das imagens, feita pelo fotógrafo, destaca os principais temas e marcos ao longo últimas cinco décadas de sua carreira, incluindo exemplos de seus  primeiros projetos e séries mais recentes. 

Entre as fotos da exposição estão registros feitos em três países: Kuwait, Equador e Etiópia, retratando dramas humanos, a vida selvagem e ameaças ao meio ambiente. 

Nesta imagem, Salgado capturou a desolação de refugiados esperando do lado de fora do campo de Korem, envoltos em cobertores para se protegerem do vento frio da manhã. 

Refugiados no Kuwait, foto de Sebastião Salgado, homenageado com prêmio em Londres
Copyright: Ethiopia, 1984. © Sebastião Salgado / Outstanding Contribution to Photography_2024

Em Galápagos, o fotógrafo brasileiro registrou em preto e branco um dos animais mais coloridos da natureza, dando destaque ao seu comportamento. 

A Iguana Marinha (Amblyrhynchus cristatus), como outros répteis ectotérmicos, precisa regular a sua própria temperatura corporal: assim que o sol nasce, ela fica plana e bem esticada, aquecendo a maior parte possível do corpo até que a temperatura atinja 35,5°C. Em seguida, muda de posição para evitar superaquecimento. 

Copyright: Galápagos, Ecuador, 2004. © Sebastião Salgado / Outstanding Contribution to Photography_2024

No Kuwait, o brasileiro documentou a luta contra o fogo em poços de petróleo.

Copyright: Kuwait, 1991. © Sebastião Salgado / Outstanding Contribution to Photography_2024

Fotógrafo brasileiro reconhecido no mundo

Nascido em 1944 em Aimorés (MG), Sebastião Salgado formou-se em economia e trabalhou na área antes de iniciar uma carreira em tempo integral na fotografia em 1973, quando passou a morar na França, tendo trabalhado com as principais agências fotográficas do mundo: Sygma, Gamma e Magnum.

Nas décadas de 1980 e 1990 ele viajou pelo mundo produzindo séries aclamadas que continuam a influenciar a cultura visual até hoje.

Trabalhos de vários desses projetos estão em exibição na Somerset House como parte da exposição Sony World Photography Awards 2024, incluindo Gold (1986), que documenta as duras condições na mina de ouro de Serra Pelada e Workers (1993), um olhar sobre os desafios e as exigências do trabalho manual pesado nas indústrias petrolífera, de construção, agrícola e mineira.

Também fazem parte da exposição fotografias da série Exodus, um projeto de longo prazo que acompanhou o movimento global de pessoas em contextos de migração econômica e deslocamento forçado; Gênesis e Amazônia. 

Com sua esposa Lélia, Salgado fundou o Instituto Terra, uma iniciativa para reflorestar e reconstruir a biodiversidade da Mata Atlântica brasileira. 

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