Quem criou o Dia das Mães na data em que é celebrado hoje em vários países foi uma americana nascida em 1864, Anna Jarvis, que entrou para a história por sua luta para convencer o governo dos EUA a estabelecer uma homenagem fixa no calendário oficial de comemorações, o que ela conseguiu em 1914.
Apesar da conquista, resultado de uma batalha de vários anos para ganhar apoio à ideia, ela acabou se decepcionando com a comercialização, ao ver empresas lucrando com a venda de cartões, flores e presentes.
Jarvis passou de entusiasta do Dia das Mães a sua adversária. Ela dedicou boa parte do resto de sua vida usando seus próprios recursos para fazer uma campanha inversa, condenando sem sucesso a comercialização. A ativista morreu em um abrigo, em dificuldades financeiras.
Para quem Anna Jarvis criou o Dia das Mães
Há registros de celebrações para as mães em culturas ancestrais, mas a data fixa como existe hoje é atribuída à campanha liderada por Anna Jarvis. Vários países, como o Brasil, a adotaram seguindo o calendário dos EUA (segundo domingo de maio), enquanto outros comemoram em dias diferentes.
A inspiração para a mulher que criou o Dia das Mães foi sua própria mãe, Ann Reeves Jarvis, uma ativista social que organizou celebrações chamadas Mother’s Day Work Clubs na década de 1850 na cidade Webster, em West Virginia.
No entanto, o objetivo era bem diferente: melhorar as condições de saúde e saneamento para mulheres. Após a morte de sua mãe, em 1905, Anna Jarvis começou a fazer campanha pela criação de um feriado nacional dedicado às mães.
Influenciada pelo trabalho de Ann, Anna Jarvis concebeu o Dia das Mães como uma forma de homenageá-las por seus esforços na criação dos filhos e suas contribuições para o bem da sociedade.
Foram anos de lobby sobre pessoas influentes da sociedade e da política, incluindo mobilização para as pessoas escreverem cartas.
Em 1009 a oficialização do Dia das Mães no calendário foi rejeitada pelo Senado, mas Anna Jarvis não desistiu. No ano seguinte, o estado de West Virginia formalizou a comemoração, e a ideia se espalhou para outros locais.
Quatro anos depois o Senado aprovou o segundo domingo de maio como Dia das Mães e a data foi ratificada pelo presidente da República.
Rumo inesperado para o Dia das Mães
A partir de então as coisas tomaram outro rumo. Ao ver que o Dia das Mães havia se transformado em oportunidade comercial e de marketing, ela passou a criticar abertamente essas práticas.
Anna Jarvis usou os mesmos instrumentos que havia empregado para convencer o governo a estabelecer o Dia das Mães, tentando combater a comercialização por meio de campanhas de cartas e assinatura de petições, palestras em eventos públicos e até processos contra organizações que considerava que se aproveitavam da ideia para lucrar excessivamente.
Um de seus principais alvos foi a prática de enviar cartões impressos no Dia das Mães, que Anna Jarvis achava um desvio do espírito que inspirou a data.
Ela defendia a ideia de que as pessoas expressassem seu amor de maneira mais genuína e pessoal, em vez de simplesmente comprar um cartão produzido em massa.
Embora as campanhas de Jarvis tenham gerado impacto e chamado a atenção para a questão da comercialização, elas não foram capazes de reverter completamente a tendência.
O Dia das Mães segue hoje como uma das datas especiais mais lucrativos para as indústrias de cartões, flores e presentes e também para o setor de hospitalidade, com restaurantes lotados e pacotes de viagem para celebrar a data em hotéis.
A mulher que criou o Dia das Mães morreu em um abrigo em West Chester, Pensilvânia, no dia 24 de novembro de 1948, aos 84 anos de idade, tendo enfrentado dificuldades financeiras e saúde debilitada em seus últimos anos.
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