Londres – Setenta e seis jornalistas e profissionais de mídia palestinos foram presos pelas forças de segurança de Israel na Cisjordânia ocupada e em Gaza desde o ataque liderado pelo Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS, na sigla em inglês) e divulgado pela Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), com sede em Bruxelas.

As organizações afirmam que 50 jornalistas ainda estão na prisão, incluindo 20 que foram colocados sob detenção administrativa.

De acordo com a IFJ,  a detenção administrativa permite manter uma pessoa sob custódia por prazo indeterminado com base em informações secretas, sem acusação formal ou julgamento. 

IFJ ‘alarmada’ com recorde de jornalistas presos por Israel 

A IFJ se disse alarmada “com o número recorde de jornalistas presos arbitrariamente como parte da campanha mais ampla de Israel para intimidar e desencorajá-los a cobrir  a ocupação militar”.

Um dos casos destacados é o do fotojornalista freelancer Bilal Al Tawil, detido pelo exército israelita na sua casa em Hebron, na Cisjordânia ocupada. A prisão foi registrada em vídeo e compartilhada nas redes sociais. 

Bebê de jornalista presa sob risco 

Outra prisão recente que gerou repercussão internacional foi o de Rula Hassanein, editora da Wattan Media Network, com sede em Ramallah, e que também contribuía para a rede Al Jazeera, entre outros canais. 

Conhecida pela sua cobertura da ocupação por Israel e das violações dos direitos humanos, ela foi capturada em casa, teve equipamentos confiscados e foi obrigada a deixar seu bebê de nove meses com o marido ao ir presa.  

Elia, que nasceu prematura, tem deficiência imunológica e úlceras nas palmas das mãos, pés e boca. O irmão gêmeo, Youssef, morreu três horas após o parto. 

Segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), a menina piorou desde a prisão da mãe, pois era alimentada apenas com leite materno. 

A jornalista foi levada ao trbunal militar da Judéia, localizado na prisão de Ofer, em 25 de março, e acusada de incitação nas redes sociais e de apoio a uma organização hostil proibida pela lei israelense.

O CPJ fez um apelo por sua libertação por motivos humanitários, mas até agora os pedidos de condicional sob fiança foram negados. 

Até 29 de maio, pelo menos 102 jornalistas e profissionais de imprensa palestinos foram mortos desde o início da guerra em Gaza, afirma a Federação Internacional de Jornalistas.