A ONU (OrganizaĆ§Ć£o das NaƧƵes Unidas) apresentou em Nova York os vencedores de seu concurso anual de fotos dos oceanos, com imagens que mostram belezas e ameaƧas a criaturas marinhas e a populaƧƵes que dependem dos mares para viver.
A imagem do ano, feita no HavaĆ, registra o problema das redes de pesca abandonadas no mar, que acumulam detritos e se tornam armadilhas mortais para a vida marinha.
Com fotografias feitas em Kiribati e nas Ilhas Fiji, a brasileira Andrea Marandino foi a grande vencedora na categoria Estados Insulares do concurso, que destaca a realidade dos paĆses afetados pela elevaĆ§Ć£o do nĆvel do mar devido Ć s mudanƧas climĆ”ticas. Ela conquistou o primeiro e o segundo lugar.
Os vencedores do concurso de fotos dos oceanos da ONU
āBringing Up The Net”, da americana Renne Capozzola, que ficou em primeiro lugar geral no concurso da ONU, mostra uma enorme rede de pesca em Kona, no HavaĆ, sendo recolhida por voluntĆ”rios da Ocean Defenders Alliance (ODA).
O segundo lugar ficou com um registro do trabalho de restauraĆ§Ć£o de algas que estĆ£o desaparecendo rapidamente na BaĆa de Monterey, no MĆ©xico.
O delicado trabalho de soltar filhotes de tartarugas-pente no oceano na Costa Rica conquistou o terceiro lugar geral no concurso de fotos da ONU.
Enquanto as espĆ©cies marinhas sofrem com o lixo descartado nos mares e outros riscos, as mudanƧas climĆ”ticas ameaƧam populaƧƵes costeiras e atĆ© paĆses inteiros, que podem desaparecer com a elevaĆ§Ć£o do nĆvel dos oceanos.
Ć o caso de Kiribati, um dos paĆses retratados por Andrea Marandino, registro que valeu Ć brasileira o primeiro lugar na categoria Estados Insulares, que estreou no concurso da ONU este ano.
“Tarawa, a capital de Kiribati, Ć© uma estreita faixa de terra que fica entre o PacĆfico e uma enorme lagoa. As crianƧas estĆ£o sempre sorrindo e interagindo alegremente com os poucos visitantes, mas seu futuro Ć© incerto.
Os atĆ³is de coral de Kiribati sĆ£o muito baixos, apenas 3 a 4 metros acima do nĆvel do mar, tornando-o um dos paĆses mais ameaƧados pelas alteraƧƵes climĆ”ticas.”
Outra foto de Andrea Marandino foi escolhida como a segunda melhor na mesma categoria.
A imagem foi captada na vila de Korotongo, em Viti Levu, Fiji, mostrando a pesca de ouriƧos-do-mar, parte das tradiƧƵes da populaĆ§Ć£o local.
Na categoria “Retratos subaquĆ”ticos”, o vencedor foi o francĆŖs Mathieu Macias com a imagem de um dragĆ£o-marinho bem camuflado, encontrado em Rapid Bay, no sul da AustrĆ”lia.
O segundo melhor retrato foi o de uma dupla de peixinhos bem acomodados no meio dos corais, que formaram uma colorida moldura.
Em Paisagens SubaquĆ”ticas, Taryn Schulz, do CanadĆ”, registrou na Baja California (MĆ©xico) um cardume de sardinhas tentando escapar dos biguĆ”s que mergulharam para garantir o almoƧo, criando uma forma que lembra um coraĆ§Ć£o.
O segundo lugar ficou com a cena mostrando um jardim de algas no sul da AustrƔlia visitado por milhares de sƩpias durante os meses de inverno para acasalar.
Mas nem sempre a convivĆŖncia Ć© pacĆfica, como relatou o fotĆ³grafo:
“No primeiro plano desta imagem, um macho grande engolfou completamente uma fĆŖmea menor com os braƧos, enquanto no fundo, vĆ”rios outros grupos de machos podem ser vistos desafiando uns aos outros pela oportunidade de acasalar com a fĆŖmea prĆ³xima.”
Na categoria Paisagens Marinhas o vencedor foi o alemĆ£o Michael Sswat, com uma fotografia mostrando o reflexo das luzes da aurora boreal sobre as Ć”guas ao norte de Trondheim, na Noruega.
O segundo lugar retrata tubarƵes nadando no atol de Tahanea, na PolinĆ©sia Francesa, sob um arco-Ćris duplo.
Todos os participantes no concurso da ONU, gratutio e aberto a profissionais e amadores, assinaram uma carta de 14 compromissos relativos Ć Ć©tica na fotografia.
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