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Fotojornalista da Folha de S.Paulo é homenageado com Prêmio Cabot da Universidade Columbia

Lalo de Almeida, fotojornalista, premiado pela Universidade Columbia

Lalo de Almeida (Foto: perfil LinkedIn)

Um fotojornalista brasileiro, um jornalista com histórico de cobertura de gangues em El Salvador e dois correspondentes estrangeiros nos EUA são os vencedores das Medalhas de Ouro do Prêmio Maria Moors Cabot 2024.

Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo; Carlos Ernesto Martínez, do site investigativo salvadorenho El Faro; John Otis, da NPR e do Comitê para a Proteção dos Jornalistas nos EUA, e Frances Robles, do The New York Times, são os premiados deste ano pela “excelência na carreira e cobertura do Hemisfério Ocidental que promove o entendimento interamericano”.

Menções especiais foram concedidas ao think tank e organização de jornalismo investigativo InSight Crime e a Laura Zommer, da Argentina, pioneira na verificação de fatos usando tecnologia e ferramentas de jornalismo digital.

Prêmio Maria Moors Cabot 2024

Fundado em 1938, os Prêmios Cabot são os mais antigos prêmios internacionais de jornalismo e são concedidos pela Universidade Columbia, na cidade de Nova York.

Os vencedores receberão uma medalha de ouro e um prêmio de US$ 5 mil (R$ 27,2 mil) durante a cerimônia de premiação em 8 de outubro.

Medalha de ouro do Prêmio Maria Moots Cabot 2024
Medalha de ouro do Prêmio Cabot / Foto: Cortesia da Universidade Columbia

“Este é um momento verdadeiramente definidor para o jornalismo e a sociedade civil nas Américas, com o aumento do autoritarismo, a desinformação cada vez mais sofisticada e o crescimento desenfreado das organizações criminosas”, disse Rosental Alves, presidente do Conselho do Cabot e diretor do Centro  Knight para o Jornalismo nas Américas, que publica a LatAm Journalism Review (LJR).

“Todos esses homenageados do Cabot 2024 nos inspiram com seu importante trabalho sobre essas questões e muito mais em diversas plataformas.”

Brasil, El Salvador, EUA e Argentina vencem o Prêmio Cabot 2024

Lalo de Almeida é há 30 anos fotojornalista da Folha de S.Paulo. Ele cobriu a Amazônia, a crise climática, migração e mais.

“Suas imagens nos mostram não apenas um mundo que vale a pena salvar, mas também refletem a empatia e o profundo respeito com que ele trata as histórias e as pessoas a quem ele dirige seu olhar”, diz uma declaração do Conselho do Prêmio Cabot.

O repórter investigativo Carlos Ernesto Martínez, “um dos principais repórteres do Hemisfério Ocidental”, cobre migração, tortura, violações de direitos humanos, crime organizado e sistemas prisionais na América Central para o El Faro.

“Hoje, sua cobertura da expansão da atividade de gangues é leitura obrigatória para qualquer pessoa que queira entender como as redes criminosas estão devastando a América Central e como sua influência está se espalhando pelo México e Estados Unidos”, escreveu o Conselho.

O veterano correspondente John Otis dedicou “sua vida a explicar a América Latina aos seus compatriotas americanos”.

Ele já morou na América Central, no Caribe e na América do Sul, e trabalhou para veículos como UPI, Houston Chronicle, TIME, Americas Quarterly, entre outros, e também para o CPJ por 13 anos, “defendendo os direitos de colegas repórteres na região”.

Frances Robles, repórter do The New York Times e anteriormente do The Miami Herald, é “uma voz de autoridade nas Américas”. Ela cobriu desastres naturais, guerras de guerrilha, corrupção, migração, democracia e desigualdade, entre outros temas.

“Em especial, Robles tem focado sua luz em uma questão que o Conselho acredita ser uma das mais urgentes da região hoje: o crescimento do autoritarismo político que ameaça a democracia em toda parte”, disse o Conselho do Prêmio Maria Moors Cabot.

Menções especiais do Prêmio Maria Moots Cabot

Por mais de duas décadas, a vencedora da menção especial, InSight Crime, produziu reportagens investigativas de base, análises de dados e pesquisas sobre dinâmicas criminais nas Américas.

Segundo o Conselho, é um recurso para jornalistas, acadêmicos, líderes da sociedade civil, funcionários do governo e formuladores de políticas.

A jornalista argentina Laura Zommer é fundadora da organização de transparência e verificação de fatos Chequeado, que “revolucionou o jornalismo, primeiro na Argentina e depois em toda a América Latina”, disse o Conselho.

Ela também ajudou a fundar o Factchequeado para latinos de língua espanhola nos EUA, bem como o LatAm Chequea, a primeira rede latino-americana de verificação de fatos.


Sobre a autora

Teresa Mioli é coordenadora do programa do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, dedicando-se a aumentar a conscientização sobre a importância da mídia independente para a saúde das democracias. Mioli é bacharel em jornalismo e artes liberais e tem mestrado em Estudos Latino-Americanos pela Universidade do Texas em Austin.


Este artigo foi originalmente publicado na LatAm Journalism Review, um projeto do Knight Center for Journalism in the Americas (Universidade do Texas em Austin). Todos os direitos reservados ao autor.


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