A maior parte dos brasileiros diz pensar sobre seu bem-estar mental com frequência (75%) e acredita que ele é tão importante quanto o bem-estar físico (73%).

Os dados fazem parte do levantamento “World Mental Health Day 2023”, realizado pela empresa de pesquisas Ipsos em 31 países. Foram entrevistados 23,2 mil pessoas em julho e agosto de 2023, das quais 1 mil no Brasil. 

Segundo o estudo, os números mostram que os brasileiros se dizem mais estressados que a média global das nações pesquisasdas (58%).

Brasileiros acham que bem-estar mental não recebe a devida atenção do sistema de saúde

Apesar de estarem cientes da importância de ambos os temas, 43% das pessoas entrevistas no Brasil têm a percepção de que o sistema de saúde do país dá mais importância à saúde física.

Globalmente, as pessoas dizem que pensam com mais frequência no bem-estar físico (71%), em comparação com 58% que dizem que pensam com frequência em seu bem-estar mental.

Gráfico pesquisa Ipsos Saúde Mental no Brasil e no mundo

Mas na América Latina, de acordo com o estudo, o público é mais propenso se preocupar com a saúde mental que no resto do mundo.

Com exceção da África do Sul (75%), os outros cinco dos seis primeiros países nesse ranking são da região sul-americana: Brasil, com 75%; Colômbia, 72%; Argentina, 71%; Peru, 69%.

Além disso, 76% dos brasileiros afirmam que o estresse teve um impacto significativo em suas vidas. Esse número é maior do que a média global, de 62%.

A pesquisa também aponta que 74% dos brasileiros sentiram-se tão estressados a ponto de não conseguir lidar com as situações, e 65% relataram sentimento de depressão quase todos os dias durante algumas semanas ou mais. 

Gênero importa na percepção sobre bem-estar mental

Globalmente, as mulheres sofrem mais com problemas decorrentes do estresse do que homens, com 38% delas afirmando que tiveram o seu dia a dia impactado (contra 29% dos homens), 36% achando que não conseguiria lidar com as situações cotidianas (contra 26% dos homens) e 30% se sentindo desesperançosas (contra 24% dos homens).

Ambos os gêneros ficam tecnicamente empatados no quesito não conseguir ir ao trabalho, sendo elas 20% e eles, 17%, apontou o Ipsos. 

Adultos jovens mais afetados pelo estresse 

A geração adulta mais jovem, conhecida como Geração Z, desponta como quem mais diz se sentir afetada pelo estresse, com 36% dos jovens relatando se sentirem deprimidos por semanas e 42% acreditando que não conseguiriam lidar com as situações cotidianas devido ao estresse.

Quanto ao impacto no trabalho, 24% da Gen Z já se sentiu estressada a ponto de não poder trabalhar por um período de tempo, enquanto o problema afetou 22% dos Millennials, 17% da Geração X e 9% dos Baby Boomers, constatou o Ipsos. 

A pesquisa pode ser vista aqui.

 

 

Reportagem Especial MediaTalks – Comunicação, Imprensa, Redes Sociais e a crise da Saúde Mental