Londres – Para marcar os 65 anos da Barbie, uma exposição em Londres está deixando os “barbiemaníacos” encantados: são mais de 250 peças, incluindo um raro exemplar da série inaugural da boneca que se tornou um ícone pop.
A mostra não está sendo exibida em um museu de brinquedos, e sim de design, refletindo o poder da marca Barbie e sua influência cultural, social e econômica em mais de seis décadas.
As peças expostas no The Design Museum de Londres são um passeio pela história, apresentando as mudanças na aparência da Barbie e como ela incorporou as mudanças culturais, valorizando a diversidade e a representação.
Exposição abre com Barbie criada há 65 anos
Logo na chegada, os visitantes da exposição são recebidos com uma relíquia que passou a fazer parte do acervo do museu: uma Barbie da primeira edição, feita há 65 anos.
Ela aparece de rabo-de-cavalo, sombra azul sobre os olhos, franja cacheada, óculos ‘pin-up’ e um bem-comportado maiô preto e branco tomara-que-caia. Para quem viu o filme lançado em 2023, é o mesmo traje em que a boneca aparece na abertura.
A boneca, conhecida pelos colecionadores como a ‘Barbie Número 1’, é avaliada no mercado de peças vintage por US$ 25 mil (R$ ).
A boneca na exposição foi pintada a mão é especialmente rara por apresentar buracos nos pés para afixação em um suporte. Para os colecionadores isso faz diferença. A série seguinte não tinha os buracos nos pés.
Barbie antenada com a evolução feminina
A exposição apresenta algumas das bonecas mais conhecidas e mais vendidas nos 65 anos da Barbie, incluindo a ‘surfista’ Sunset Malibu, de 1971, uma das mais populares daquela década.
Outro destaque é a inovadora Day to Night Barbie de 1985, projetada para refletir a presença feminina no mundo corporativo que ganhou força na década de 80.
O traje de trabalho rosa da Barbie, um terninho de executiva, se transforma em um vestido de noite chique.
Há ainda duas bonecas da série Totally Hair Barbie de 1992, a mais vendida de todos os tempos. Mais de 10 milhões de exemplares foram comercializados em todo o mundo – número que ultrapassa a população de Nova York ou Londres.
Para relembrar a história de engajamento social da boneca, o Design Museum de Londres escalou também para a exposição exemplares das primeiras Barbies negras, hispânicas e asiáticas, uma forma de refletir a sociedade diversificada e multicultural.
Entre os exemplos de inclusão no universo Barbie estão a primeira boneca com Síndrome de Down, a primeira a usar cadeira de rodas e a primeira a ser projetada com um formato de corpo ‘curvilíneo’.
Leia também | Jornalista e sufragista negra americana é a nova Barbie da série ‘Mulheres Inspiradoras’
As peças são expostas em um cenário cor-de-rosa, totalmente Barbie.
Os Barbiemaníacos ou pessoas interessadas em conhecer os bastidores do marketing de consumo verão na exposição do Design Museum um exemplar da Talking Barbie (lançada em 1968) feita para potenciais revendedores.
O protótipo, emprestado pela sede da Mattel, em Los Angeles, tem o tem torso transparente a fim de exibir o mecanismo de voz da boneca, acionado por um botão.
Muitos companheiros de jornada da Barbie em seus 65 anos também estão na exposição, incluindo sua primeira amiga, Midge, as tão queridas Christie e Teresa e a irmã mais nova da Barbie, Skipper.
Há também uma seção dedicada a Ken, contando a história de seis décadas do namorado que entrou em cena em 1961.
Universo Barbie: carros, casas e mais
O The Design Museum apresenta ainda na exposição dedicada aos 65 anos do fenômeno Barbie jogos, veículos, casas e outros acessórios que ajudaram a ‘projetar’ o universo da boneca.
Entre eles está um raro exemplo da primeira Barbie Dreamhouse, lançada em 1962, feita de papelão e ostentando o estilo arquitetônico modernista da época.
Os visitantes também poderão ver exemplos de veículos da Barbie, como o seu primeiro carro (também de 1962) e a sua primeira van (de 1971).
Os curadores do The Design Museum de Londres incluíram na exposição peças do universo Barbie associadas a grandes designers e arquitetos — de Florence Knoll a Frank Gehry.
Barbie e moda
Em toda a exposição há dezenas de roupas originais da Barbie que destacam suas origens como uma boneca da moda e seu impacto na história do vestuário moderno.
Há trajes como o ‘Poodle Parade’ (1965) – uma réplica em tamanho real foi usada por Billie Eilish quando ela se apresentou no Grammy Awards de 2024 – e um vestido de 1985 de Oscar de la Renta, a primeira de muitas colaborações de estilistas com a marca .
Os visitantes poderão ainda acompanhar as mudanças no estilo da moda tradicional ao longo dos últimos 65 anos e verão a influência de criadores como Claire McCardell, Christian Dior, Nolan Miller e Zac Posen nas escolhas da Barbie.
A seção final destaca a força cada vez maior da Barbie como ícone da cultura pop, incluindo trajes originais usados pelos atores do filme de 2023.
Leia também | Multiplicação, nostalgia e mais: os lances de marketing que levaram a marca Barbie ao sucesso
Barbie astronauta
Um dos destaques da exposição é a primeira exibição pública da Barbie astronauta, que passou seis meses orbitando a Terra na Estação Espacial Internacional em 2022 como parte de uma missão histórica.
A Barbie é uma sósia da astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA) Samantha Cristoforetti, primeira mulher comandante da Estação Espacial Internacional da Europa. Na exposição são exibidos vídeos com Samantha e Barbie flutuando em gravidade zero.
A exposição mostra também uma edição rara da primeira conexão da Barbie com o cosmos: um traje prateado de “Miss Astronauta”, lançado em 1965, durante o auge da Corrida Espacial.
Ha ainda um traje espacial rosa metálico, lançado em 1985, logo depois que Sally Ride se tornou a primeira mulher americana no espaço.
A exposição fica em cartaz no The Design Museum de Londres até 25 de fevereiro de 2025.
Leia também | Oppenheimer derrota Barbie no primeiro Globo de Ouro após solução para ‘barraco’ que colocou futuro do prêmio em risco
Leia também | Multiplicação, nostalgia e mais: os lances de marketing que levaram a marca Barbie ao sucesso