Londres – Usando o Telescópio Espacial James Webb da NASA, astrônomos da Universidade de Halifax, no Canadá, registraram mais uma imagem surpreendente da Via Láctea: a nova foto mostra uma formação que lembra um ponto de interrogação cósmico.

A imagem capturada pelo supertelescópio é resultado de um alinhamento raro entre as galáxias distantes, a lente e o observador, que os astrônomos chamam de “lente gravitacional umbilical hiperbólica”.

Os cientistas explicaram que o aglomerado de galáxias MACS-J0417.5-1154 é tão massivo que distorce a aparência de outras galáxias atrás dele, criando o efeito de lente gravitacional.

Esse fenômeno natural amplia galáxias distantes e também pode fazê-las aparecer em uma imagem várias vezes, como o Telescópio Espacial James Webb da NASA capturou. 

Foto: NASA, ESA, CSA, STScI, V.Universidade de Saint Mary.

Duas galáxias distantes e interativas — uma espiral de frente e uma galáxia vermelha empoeirada vista de lado — aparecem várias vezes, traçando uma forma familiar no céu.

A formação ativa de estrelas e a forma espiral notavelmente intacta da galáxia de frente indicam que a interação dessas galáxias está apenas começando.

Nova foto do James Webb retrata local já registrado antes pelo Hubble 

Embora essa região tenha sido observada anteriormente com o Telescópio Espacial Hubble da NASA, a galáxia de poeira vermelha que forma o ponto de interrogação só foi revelada com o Webb.

Segundo a NASA, isso aconteceu porque os comprimentos de onda da luz que o Hubble detecta ficam presos na poeira cósmica, enquanto comprimentos de onda maiores de luz infravermelha conseguem passar e serem detectados pelas lentes do Webb.

Veja a diferença entre as imagens captadas pelos dois telescópios. 

Foto: NASA, ESA, CSA, STScI, V.Universidade de Saint Mary.
Foto: NASA, ESA, CSA, STScI, Universidade de Saint Mary.

“Sabemos de apenas três ou quatro ocorrências de configurações de lentes gravitacionais semelhantes no universo observável, o que torna esta descoberta emocionante, pois demonstra o poder do Webb e sugere que talvez agora encontremos mais delas”, disse o astrônomo Guillaume Desprez, da Saint Mary’s University em Halifax, integrante da equipe que apresentou os resultados do Webb.

O supertelescópio espacial James Webb foi lançado ao espaço em desembro de 2021. Por registrar imagens do espaço em luz infravermelha, fornece aos cientistas visões mais nítidas e de pontos mais longínquos do que seus antecessores, como o Hubble.