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Como a inteligência artificial está sendo adotada pelo jornalismo e quais os principais desafios

mão de robô digitando teclado simbolizando inteligência artificial no jornalismo

Imagem: Jorge Franganillo / Pixabay

Londres – Em abril de 2024, a Associated Press (AP)  publicou o estudo “Generative AI in Journalism: The Evolution of Newswork and Ethics in a Generative Information Ecosystem”, oferecendo um panorama de como a indústria jornalística está lidando com as promessas e desafios iniciais da inteligência artificial (IA) generativa.

O relatório foi baseado em uma pesquisa com 292 profissionais da área sobre o uso da IA generativa, suas expectativas e as questões éticas e práticas que envolvem o desenvolvimento de um uso responsável dessa tecnologia.

As respostas foram coletadas entre 4 e 22 de dezembro de 2023. Do total de entrevistados, 81,4% afirmaram estar bem informados sobre a IA generativa, e 73,8% relataram que eles ou suas organizações já haviam utilizado a tecnologia de alguma forma.

A AP uniu-se a pesquisadores da Northwest University, dos EUA, e da Universidade de Amsterdã para realizar o estudo, publicado um ano e meio depois do lançamento do ChatGPT. 

Os principais pontos do estudo sobre inteligência artificial no jornalismo 

Com base nas respostas e na análise realizada, o relatório apresenta as principais conclusões sobre o impacto da IA no jornalismo, destacando as seguintes áreas:

Aplicações na Produção de Notícias

A IA generativa está sendo amplamente utilizada na produção de conteúdo textual, coleta e análise de informações, criação de conteúdo multimídia e processos empresariais.

Há um interesse crescente em expandir seu uso para lidar com dados e criar novas formas de personalização, mas o foco principal ainda está em aprimorar e tornar mais eficientes os fluxos de trabalho atuais, em vez de inovar com novas experiências.

Mudança na Estrutura e Organização do Trabalho

Novas funções estão surgindo em diversas áreas, como editorial, jurídico e engenharia, para lidar com os impactos da IA.

Quase metade dos entrevistados relatou que tarefas já foram modificadas pela IA, com novas atividades como a criação de prompts e edição dos resultados gerados. A percepção de ganhos de eficiência é variada, e mais pesquisas são necessárias para avaliar os impactos reais no desempenho.

Preocupações Éticas e Responsabilidade

Questões éticas, como supervisão humana, precisão e viés, são centrais nas discussões.

O relatório ressalta a necessidade de diretrizes mais claras e treinamentos para garantir o uso ético da IA no jornalismo, com responsabilidade atribuída principalmente a editores e gestores, e não apenas aos tecnólogos.

Essas conclusões do relatório da AP mostram como a IA generativa está reconfigurando o jornalismo e é um caminho sem volta, trazendo novas oportunidades e desafios que exigem atenção cuidadosa. 

A agência americana foi a primeira grande organização de notícias o a fechar um acordo com uma empresa de inteligência artificial generativa, cedendo seu conteúdo para treinar os os LLM (Large Language Models), contrato celebrado com a OpenIA em agosto do ano passado.

O estudo completo pode ser visto aqui

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