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IA generativa nas redações da Reuters: ‘reduzir’, ‘aumentar’ e ‘transformar’

Pessoa digitando no computador e ícones de figuras humanas representa o uso da inteligência artificial generativa em comunicação

Foto: Buffik-Melovess/Pixabay

Londres – Uma pesquisa realizada pela agência de notícias Associated Press  mostrou que 73% dos jornalistas pesquisados usam a inteligência artificial  (AI) na produção de conteúdo.

A pesquisa ouviu 292 profissionais de imprensa, em sua maioria dos Estados Unidos e da Europa.  

Outro estudo, realizado pela London School of Economics, mostrou que mais de 75% das redações pesquisadas estão usando ferramentas de inteligência artificial.  Mas de que maneira esse uso está sendo feito na prática?

Um painel da Trust Conference, realizada no final de outubro em Londres, discutiu o assunto.

Em geral, as empresas jornalísticas estão utilizando a IA para coleta e análise de dados, produção de conteúdo, engajamento da audiência e distribuição das notícias.

Há várias motivações para a adoção da IA nas redações.  A principal delas é a busca de maior eficiência, produtividade e qualidade.

Dessa maneira, os jornalistas são liberados de tarefas tediosas. e podem usar o tempo em trabalhos originais e criativos.

IA na produção de conteúdo e para reduzir, aumentar e transformar

Jane Barrett, editora global de estratégia de IA na Thomson Reuters, apresentou em um painel da Trust Conference o modelo adotado pela agência de notícias.

Jane Barret, da Thomson Reuters, fala em Londres sobre o uso da IA nas redações
Jane Barret, Thomson Reuters (foto: divulgação TRF)

Barrett informou que o investimento da agência de notícias no uso da IA na redação chega a US$ 100 milhões, distribuído em três vertentes principais: reduzir, aumentar e transformar.

Até agora, os esforços se concentraram nas duas primeiras, com experimentos bem-sucedidos, como o uso da IA para avaliar as milhares de sugestões de pautas que chegam diariamente à redação e extrair delas os fatos mais relevantes de que os jornalistas precisam.

Barrett detalhou as três vertentes que norteiam a estratégia de uso de IA da Reuters.

Reduzir

“O foco é reduzir o tempo empregado pela redação em tarefas demoradas e estressantes que possam ser repassadas à IA.

Quais trabalhos ocupam muito tempo, causam mais estresse e cujo peso podemos tirar dos jornalistas, liberando seu tempo para fazer reportagens originais?” 

Aumentar

“A partir das reportagens que fazemos, como podemos aumentar nossa audiência alcançando novos públicos com formatos diferentes? Vivemos em mundos hiperpersonalizados.

Como podemos aumentar o alcance do que fazemos?” 

Transformar

“Como a chegada da IA afetará as expectativas da sociedade de como lidar com as informações?

A partir daí, que mudanças precisamos fazer para atender a essas novas expectativas dos usuários e oferecer as experiências que desejam?”


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