Dois jornalistas foram mortos e outros sete ficaram feridos na véspera de Natal quando membros de uma gangue abriram fogo contra um grupo de profissionais de imprensa no Hospital Geral no centro da capital do Haiti, Porto Príncipe.
Os jornalistas foram atacados por volta das 11 da manhã do dia 24 de dezembro enquanto esperavam o Ministro da Saúde, Duckenson Lorthe Blema, reabrir uma ala do hospital, que foi fechada após um ataque de gangue no início deste ano, confirmou o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ).
Um líder de gangue local, Johnson ‘Izo’ André, assumiu a responsabilidade pelo ataque em um vídeo postado no WhatsApp, dizendo que a coalizão de gangues Viv Ansanm não havia autorizado a reabertura.
O hospital, que pertence à Universidade Estadual do Haiti, é o maior serviço público de saúde do país e estava fechado desde a queda do primeiro-ministro Ariel Henry, em março de 2024.
Jornalistas mortos foram atacados deliberadamente
Os jornalistas mortos são Jimmy Jean, um repórter do site online Moun Afe Bon , e Marckendy Natoux, que trabalhava para a Voz da América no Haiti.
“Eles atiraram em nós. Alguns caíram. Eles foram atingidos pelas balas”, disse ao CPJ Jephte Bazil, um dos jornalistas que viu o ataque.
Testemunhas disseram que um policial também foi morto no tiroteio.
O governo haitiano emitiu uma declaração dizendo que “este ato hediondo constitui um ataque inaceitável aos próprios fundamentos da nossa sociedade” e prometeu seu “compromisso inabalável de restaurar a ordem e levar os perpetradores deste crime à justiça”.
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Violência no Haiti
Desde que as gangues criminosas tomaram conta do Haiti, o país mergulhou em uma onda de violência.
A situação se deteriorou principalmente a partir da queda do governo de Ariel Henry.
Segundo a ONU, mais de 5.350 pessoas foram mortas em violência relacionada a gangues em 2024 e outras 2.155 ficaram feridas em 2024.
Ataques e assassinatos de jornalistas se tornaram comuns no país que ocupa o 93º lugar no ranking Global Press Freedom Index na organização Repórteres Sem Fronteiras.
Em novembro deste ano, o CPJ publicou um relatório no Dia Mundial pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas apontando o Haiti como o país que menos pune atos de violência contra a imprensa.
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