Eva Marie Kogel, editora de opinião do jornal alemão Die Welt, renunciou ao cargo após a publicação de um artigo de opinião de Elon Musk apoiando o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Kogel anunciou sua saída no X, antigo Twitter, a plataforma comprada pelo bilionário há dois anos, afirmando que a decisão foi tomada após a publicação do artigo de Musk no Welt am Sonntag.
A publicação do artigo de Musk gerou controvérsia na redação do jornal, e sinaliza a intenção de Musk de exercer influência política em outros países além dos EUA, onde se aliou a Donald Trump durante a campanha e se tornou parte do núcleo duro de sua equipe de governo.
Franziska Zimmerer, jornalista do Die Welt, afirmou que a publicação causou “intensa discussão” entre os colegas, com muitos se opondo à sua veiculação. Diversos jornalistas do Welt também criticaram publicamente o artigo no X.
No artigo, que vei na sequência de uma postagem com conteúdo semelhante em sua conta no X, Musk justifica seu apoio à AfD, chamando o partido de “a última centelha de esperança” para a Alemanha.
Ele argumenta que classificar a AfD como extrema direita é “claramente falso”, citando o relacionamento homoafetivo da líder do partido, Alice Weidel.
Musk ainda compara os princípios da AfD com os da Tesla e SpaceX.
A publicação do artigo ocorre em um momento crítico, a poucas semanas das eleições antecipadas na Alemanha.
Zimmerer criticou o momento da publicação, argumentando que “apelos eleitorais sem filtro” não cabem em um veículo de mídia independente.
A postagem original de Musk no X, na qual ele já sinalizava seu apoio à AfD, também gerou reações negativas de políticos alemães.
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Musk além do AfD
A interferência política de Musk se estende para além da Alemanha.
A renúncia de Kogel e a controvérsia em torno do artigo de Musk evidenciam a crescente atividade política do bilionário e suas tentativas de influenciar eleições em diferentes países, apoiando partidos de extrema direita.
No Reino Unido, o bilionário sinalizou uma possível doação para ajudar a eleger o partido Reform, comandado pelo polêmico político de extrema-direita Nigel Farage.
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