O New York Times está enfrentando um processo de difamação movido pelo ator e diretor Justin Baldoni e outros nove autores, incluindo divulgadores e produtores do filme “It Ends With Us”.
O processo, que pede pelo menos US$ 250 milhões como indenização por danos morais, alega que o jornal publicou um “artigo falso e difamatório” sobre as acusações de assédio sexual feitas contra ele pela atriz Blake Lively, colega de elenco de Baldoni.
O New York Times foi o primeiro a noticiar o caso, em um artigo publicado em 21 de dezembro de 2024, intitulado “‘Podemos Enterrar Qualquer Um’: Dentro de uma Máquina de Difamação de Hollywood”.
Justin Baldoni x Blake Lively: entenda a briga
O processo de Baldoni é a mais recente reviravolta em um drama que ganhou as manchetes mundiais nas últimas semanas, com trocas de acusações na mídia e processos movidos por todos os lados.
Em 20 de dezembro, Lively entrou com uma ação judicial contra Baldoni acusando-o, assim como um produtor do filme, de comportamento inapropriado, incluindo comentários sexuais e toque físico sem consentimento.
Lively diz que foi pressionada a fazer mais nudez do que o combinado e acusou Baldoni de contratar uma equipe de relações públicas especializada em crises para fazer uma campanha de difamação retaliatória contra ela.
Em 24 de dezembro, a ex-assessora de relações públicas de Baldoni, Stephanie Jones, entrou com uma ação judicial, acusando a equipe de relações públicas de crise do ator de trabalhar para prejudicá-la e desviar a culpa de uma campanha difamatória contra Lively.
Justin Baldoni x New York Times
O artigo do New York Times que deu origem ao novo processo movido por Baldoni, escrito por Megan Twohey, Mike McIntire e Julie Tate, descreveu Lively como uma atriz que teria suportado meses de assédio sexual por parte de Baldoni e do produtor Jamey Heath.
O artigo também alegou que Lively enfrentou retaliação na forma de uma campanha de difamação por ter expressado suas preocupações.
A queixa de Baldoni argumenta que o New York Times se baseou na “narrativa não verificada e egoísta de Lively” e ignorou “evidências abundantes que contradiziam suas alegações”.
O processo também acusa o jornal de trabalhar em segredo com a equipe de Lively por semanas ou meses antes da publicação do artigo.
O processo de Baldoni, revelado pela revista Variety, apresenta uma série de exemplos específicos de como o New York Times teria distorcido os fatos para pintar um quadro negativo dele.
Por exemplo, o jornal relatou que Lively alegou que Baldoni entrava em seu trailer no set sem ser convidado enquanto ela estava despida ou amamentando.
No entanto, o processo de Baldoni inclui mensagens de texto que ele diz serem de Lively convidando-o para praticar falas em seu trailer enquanto ela estava usando uma bomba de leite.
O processo também acusa o jornal de omitir textos importantes ao discutir as alegações de campanha de difamação.
A resposta do NYT
O New York Times defendeu seu jornalismo, afirmando que a história foi “meticulosa e responsavelmente relatada”.
Um porta-voz do jornal disse que o artigo foi “baseado em uma revisão de milhares de páginas de documentos originais, incluindo as mensagens de texto e e-mails que citados com precisão e profundidade no artigo”.
O porta-voz acrescentou que, até o momento, Baldoni e os outros envolvidos não apontaram um único erro.
O jornal afirmou que publicou a declaração completa de Baldoni em resposta às alegações no artigo e que planeja se defender vigorosamente do processo.
O caso levanta questões importantes sobre a ética jornalística e o poder da mídia.
O resultado do processo pode ter implicações significativas para o New York Times e para a indústria jornalística como um todo em relação à cobertura de casos envolvendo celebridades.
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