O jornalista Mukesh Chandrakar foi encontrado morto dentro de uma fossa séptica após ter denunciado irregularidades em um projeto de construção de estrada na Índia.
O corpo de Chandrakar foi descoberto no dia 3 de janeiro na fossa localizada dentro da casa de um empreiteiro privado, Suresh Chandrakar, no estado de Chhattisgarh. A polícia suspeita que o assassinato esteja relacionado à denúncia de corrupção feita por ele em dezembro de 2024.
Chandrakar era um colaborador de vários canais de televisão e administrava um canal popular no YouTube chamado Bastar Junction. Ele era conhecido por cobrir temas delicados, inclusive aqueles que envolviam a milícia maoísta e o governo, e já havia enfrentado pressão de ambos os grupos por seu trabalho.
A família de Chandrakar perdeu contato com ele em 1º de janeiro, e seu irmão apresentou uma queixa oficial listando-o como desaparecido no dia seguinte.
Em declarações à imprensa local, a polícia disse ter descoberto o corpo depois de rastrear a última localização registada do celular do jornalista e de investigar uma fossa séptica recentemente construída na propriedade de Suresh Chandrakar.
As autoridades formaram uma Equipe Especial de Investigação (SIT) em 4 de janeiro após a descoberta.
A polícia prendeu três irmãos, Ritesh Chandrakar, Dinesh Chandrakar e Suresh Chandrakar, e um funcionário deles, Mahendra Ramteke, como suspeitos do crime.
Segundo as investigações, o jornalista foi atacado com uma barra de ferro por Ritesh e Mahendra, após uma discussão em torno da reportagem sobre a construção da estrada, enquanto jantavam juntos.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês) condenou o assassinato e pediu às autoridades que garantam que os responsáveis sejam responsabilizados.
A entidade confirmou que 122 jornalistas foram mortos em todo o mundo em 2024, incluindo três na Índia: Ashutosh Srivastava, Shivshankar Jha e Salman Ali Khan.
O país ocupa o 159º lugar no ranking de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras, que lista 180 nações.
A União Nacional de Jornalistas da Índia (NUJ-I) e a União de Jornalistas Indianos (IJU) também se manifestaram, exigindo uma investigação justa e punição severa para os culpados.
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