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A dias da posse de Maduro, Venezuela é pressionada a libertar jornalistas presos desde os protestos contra eleição

Nicolás Maduro presidente da Venezuela, 154º do mundo no ranking de liberdade de imprensa

Nicolás Maduro em campanha pelo terceiro mandato na Venezuela (divulgação via Twitter/X)

A dias da posse de Nicolás Maduro, marcada para sexta-feira, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) elevou a pressão pela libertação imediata de três jornalistas que continuam presos na Venezuela: Luis López, Eleángel Navas e José Gregorio Camero.

Os três profissionais de imprensa foram presos por cobrir protestos relacionados à eleição presidencial de julho de 2024 e enfrentam acusações de “terrorismo”, “incitação ao ódio” e “associação criminosa”, crimes que podem levar a penas de 12 a 20 anos de prisão. 

Em dezembro, de cinco outros jornalistas foram libertados – Yuosnel Alvarado, Paúl León, Gilberto Reina, Ana Carolina Guaita e Deysi Peña, mas sob severas  restrições judiciais.

Os cinco devem comparecer regularmente ao tribunal, estão proibidos de deixar o país e não podem falar publicamente sobre seus casos.

O caso de Ana Carolina Guaita é emblemático da repressão a opositores e ativistas. Após a detenção, agentes de segurança entraram em contato com sua família para fazer um acordo.

Eles se ofereceram para libertar Guaita se sua mãe, Xiomara Barreto, que trabalhou na campanha da oposição para derrotar o presidente Nicolás Maduro, se entregasse, o que ela recusou.

Riscos para os jornalistas na Venezuela 

Em nota, a RSF criticou a falta de transparência em torno da libertação dos cinco jornalistas que ganharam a liberdade em dezembro, que gera incerteza e levanta a possibilidade de nova prisão e processo.

A RSF aponta que a libertação dos cinco jornalistas faz parte de um padrão do governo venezuelano de libertar presos políticos durante o período de Natal, em resposta à pressão nacional e internacional.

No entanto, a organização reforça que a libertação dos três jornalistas ainda detidos é fundamental para garantir a liberdade de imprensa na Venezuela.

Repressão aumentou após eleições venezuelanas 

Após a disputada eleição presidencial venezuelana de julho, o governo Maduro empreendeu uma repressão sem precedentes contra a mídia. 

Além das prisões, jornalistas tiveram seus passaportes cancelados ou foram forçados ao exílio, e a liberdade de imprensa sofreu uma drástica deterioração.

Como resposta, alguns veículos de imprensa adotaram a inteligência artificial para proteger seus repórteres e continuar a publicar informações críticas ao regime, apesar do crescente medo e autocensura.

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