Depois de quase um mês banido das lojas de aplicativos nos Estados Unidos, o TikTok anunciou em uma nota nesta sexta-feira (14) sua volta à Apple Store e à Google Play Store, refletindo a intervenção de Donald Trump para evitar que a rede social que teve papel vital para sua conquista nas urnas seja proibida de operar no país.

A plataforma de vídeos curtos havia saído das lojas no dia 18 de janeiro, véspera da data determinada por uma lei aprovada em 2024 obrigando sua dona, a chinesa ByteDance, a vender a operação sob pena de banimento. O app chegou a ficar algumas horas fora do ar nesse mesmo dia. 

Mas antes da posse, Donald Trump sinalizou a intenção de encontrar uma “solução política”. No dia em que assumiu o cargo, 20 de janeiro, ele assinou um decreto para adiar a aplicação da lei  até o dia 5 de abril. 

Desde então especulações sobre um possível comprador tomaram conta da mídia, com candidatos falando abertamente sobre o interesse em adquirir o negócio. Mas até agora os usuários americanos estavam sem acesso ao download.

A volta do TikTok às lojas de aplicativos, permitindo que volte a ser baixado no país, foi vista por analistas de tecnologia como sinal da proximidade do novo presidente com os líderes das Big Techs, que passaram a apoiá-lo após a vitória, fizeram gordas doações para a festa de posse e compareceram em peso à cerimônia. 

Tanto a Apple quanto o Google podem ter recebido garantias de que não seriam punidos caso voltassem a exibir o app do TikTok para download. 

O CEO da ByteDance, Show Chew, foi um dos que marcou presença na posse de Donald Trump no dia 20 de janeiro. 

Proibição e volta do TikTok nos EUA

A lei aprovada pelo senado e sancionada pelo ex-presidente Joe Biden exige a venda do TikTok para um proprietário dos Estados Unidos ou de algum país aliado.

O motivo é a suspeita de que a dona da rede social, a empresa chinesa ByteDance, compartilhe dados dos usuários norte-americanos com o governo chinês, tornando-se uma ameaça à segurança nacional.

A rede social de vídeos curtos tentou sem sucesso derrubar a lei na Suprema Corte dos EUA,  mas os juízes mantiveram a determinação mesmo diante de apelos do então presidente eleito. 

Tentativas de compra da rede social

Enquanto isso, seguem os rumores sobre possíveis compradores da rede social chinesa. O youtuber Jimmy Donaldson, conhecido como MrBeast, confirmou por meio dos seus advogados que estava negociando a compra.

Ele é o criador de conteúdo com a maior fortuna da internet (estimada em US$500 milhões pela Forbes), e tem 346 milhões de seguidores no YouTube.

A oferta de compra que envolve o youtuber é liderada pelo empreendedor de tecnologia Jesse Tinsley, fundador da empresa de RH online employer.com, e inclui “investidores institucionais e indivíduos de alto patrimônio líquido”.

Outros potenciais compradores incluem o investidor do Shark Tank Kevin O’Leary, o magnata do setor imobiliário Frank McCourt, e Larry Ellison, da Oracle.

Anteriormente, foi cogitada a possibilidade de Elon Musk, CEO da Tesla, SpaceX e X, comprar a rede social chinesa, mas ele negou interesse.

Futuro do aplicativo

Agora, o próximo capítulo na saga da rede social chinesa nos EUA Estados Unidos é definir se haverá ou não uma compra do TikTok por um dos candidatos. 

Caso isso não aconteça até o dia 5 de abril, prazo estipulado no documento assinado por Trump, já que a ByteDance continua afirmando quer não quer transferir o controle, o aplicativo pode ser banido de vez de um de seus maiores mercados.