Londres – Nos últimos dias, estações de metrô e pontos de ônibus em Londres viraram palco de uma campanha anti-Musk, com painéis satíricos criticando o bilionário que virou braço direito de Donald Trump e chegou a declarar apoio ao partido de extrema-direita britânico Reform UK. 

A campanha está sendo feita pelo “Everyone Hates Elon”, um movimento ativista britânico com uma agenda crítica ao poder excessivo de bilionários na política e sociedade. Elon Musk virou o principal expoente desse sentimento, que vem deteriorando até a performance de sua Tesla, ‘estrela’ da campanha. 

Segundo um porta-voz anônimo do grupo, a ideia é provocar e expor as atitudes controversas do empresário. “Nosso objetivo é irritar Elon Musk, uma pequena ação de cada vez”, declarou. 

Os cartazes da campanha anti-Musk  em Londres 

A campanha tem gerado reações mistas entre o público londrino e desagradou a autoridade responsável pelo transporte público.

Nas redes sociais, alguns aplaudem a criatividade e a ousadia do grupo, enquanto outros consideram as mensagens excessivamente agressivas e desrespeitosas.

Entre os cartazes mais polêmicos que são colocados pelos ativistas nos espaços ocupados por propagandas de marcas em pontos de ônibus e no metrô e também em outdoors estão: 

  • “Elon’s Musk”: Um cartaz promovendo um perfume fictício com design inspirado na estética da Segunda Guerra Mundial.
  • “The Swasticar”: Uma crítica à Tesla, com o slogan “Vai de 0 a 1939 em 3 segundos”, fazendo alusão a símbolos nazistas e gerando ampla controvérsia. 

Outros pôsteres usam a marca de carros elétricos Telsa para explorar a ligação de Elon Musk com Donald Trump.

Este simula o cartaz de lançamento de um filme estrelado pelo magnata, e com as críticas positivas do presidente e do vice-presidente dos EUA.

Poster campanha anti-Musk em Londres, com imagem de carro Tesla

  • Crítica à Plataforma X (anteriormente Twitter): “Delete sua conta. Se o bar aceita nazistas, é um bar nazista”, uma frase provocadora que critica a postura de Musk em relação à moderação de conteúdo na plataforma.

O grupo arrecada doações por meio da plataforma Crowdfunder, e promete ampliar a campanha anti-Musk em Londres. 

“Temos alguns planos muito empolgantes. Além de mais cartazes, lançaremos produtos de paródia e até mesmo daremos aos londrinos comuns a chance de enviar uma mensagem para Elon Musk…

Quanto mais arrecadarmos, mais podemos fazer. Você está dentro? !!️”

O Everbody Hates Elon diz que pretende levantar pelo menos £ 20.000 para a campanha, e informa que cada ação envolvendo a afixação de um cartaz custa cerca de £500 para produzir. “Mas estamos pensando muito maior”, afirma o grupo no Crowdfunder.

Elon Musk e a extrema-direita

Os cartazes têm gerado discussão sobre as atitudes de Musk, principalmente relacionadas a suas interações com figuras e grupos de extrema-direita na Europa.

O grupo ativista justifica sua campanha apontando essas ligações: 

Não satisfeito em alimentar a extrema direita nos EUA, Elon Musk agora está fazendo o mesmo na Europa. Não podemos deixar o homem mais rico do mundo envenenar nossa política.

Enquanto os enfermeiros têm que recorrer a bancos de doação de alimentos, sua riqueza cresceu em US$ 200 bilhões no ano passado. Elon Musk está desesperado para tirar o foco disso, então ele culpa os imigrantes e as pessoas trans pelos problemas que os bilionários acumuladores de riqueza criam.”

Resposta da Transport for London (TfL)

A Transport for London (TfL), responsável pela gestão do transporte público na cidade, emitiu uma nota oficial sobre os cartazes, afirmando que os materiais não foram autorizados e estão sendo removidos de suas instalações.

“Esses cartazes não foram aprovados pela TfL nem por nossos parceiros de publicidade. Instruímos nossas equipes a remover qualquer material não autorizado”, informou a entidade.

Além disso, a TfL destacou que afixar materiais sem permissão é considerado crime, e que ações de fiscalização seguem sendo realizadas.