Londres – Em mais um protesto criativo contra Elon Musk em Londres, o grupo “Everyone Hates Elon” reuniu nesta quinta-feira (10) ativistas em um galpão artístico onde um automóvel Tesla foi destruído a pauladas e marretadas.
A manifestação aconteceu no Hardess Studios, um espaço cultural localizado em Peckham, área criativa da capital britânica, pela mesma organização que em fevereiro espalhou cartazes no transporte público da cidade contra o bilionário que se tornar assessor de Donald Trump virou alvo de protestos e boicotes aos automóveis de sua marca.
Segundo os organizadores, o evento foi pensado como uma performance controlada, com o objetivo de gerar debate sobre os impactos da concentração de riqueza nas mãos de poucos, em um cenário global marcado por crises econômicas e aumento da pobreza.
Protesto Londres contra Musk: como foi a ação artística do Tesla destruído
O Tesla destruído no protesto em Londres foi um Model S, de 2014. O veículo, que seria descartado em um ferro-velho, foi doado de forma anônima ao grupo ativista.
Antes da performance, a bateria do carro — uma das partes mais valiosas e potencialmente perigosas do veículo — foi removida e destinada à reciclagem, seguindo protocolos ambientais e de segurança.
Durante a ação, manifestantes usaram martelos, bastões de beisebol e outras ferramentas para destruir o carro, tudo isso embalado por músicas pop de tom irônico e provocador.
Entre os hits tocados, o destaque foi “Hit Me Baby One More Time”, de Britney Spears.
Segundo os organizadores, o ambiente do protesto em Londres foi fechado e monitorado, com regras claras para os participantes, evitando riscos ou excessos.
Tesla destruído será leiloado e o valor destinado a instituições de caridade
Além de impactar visualmente e gerar debate público, o protesto em Londres também terá um efeito prático: o Tesla destruído será leiloado.
Os organizadores pretendem destinar o valor arrecadado para instituições de caridade que operam bancos de alimentos no Reino Unido.
O grupo destacou que todas as etapas da ação foram planejadas de forma responsável e segura.
Eles também alertaram que a destruição do carro só deve ser encarada como performance artística em ambiente controlado, e não como um ato a ser replicado em espaços públicos ou sem medidas de segurança.
Elon Musk, desigualdade e bancos de alimentos: o que o protesto quis dizer
O Tesla se tornou um dos maiores símbolos de status e tecnologia de luxo associados a Elon Musk.
Para o grupo “Everyone Hates Elon”, o gesto foi uma forma de criticar a concentração de riqueza, o crescimento do número de bilionários no mundo e o aumento das desigualdades sociais.
Um porta-voz do grupo disse à imprensa que acompanhou o ato:
“Vivemos em uma época em que existem mais bilionários do que nunca e, ao mesmo tempo, mais bancos de alimentos do que nunca. Essas coisas estão obviamente conectadas.”
Os bancos de alimentos têm desempenhado um papel essencial no Reino Unido, oferecendo alimentos básicos para famílias que enfrentam dificuldades financeiras.
O contraste entre o luxo de um Tesla e a necessidade crescente de bancos de alimentos foi um dos principais pontos da crítica do protesto em Londres.
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Protestos anteriores do grupo: sátiras polêmicas nas ruas de Londres
O protesto em Londres com o Tesla destruído não foi a primeira ação do “Everyone Hates Elon”.
O grupo já havia se destacado anteriormente por espalhar pôsteres satíricos em estações de metrô e pontos de ônibus de Londres, com críticas ácidas a Elon Musk, à Tesla e à plataforma X (antigo Twitter).
Entre os cartazes mais polêmicos estavam:
- “Elon’s Musk” — Um perfume fictício inspirado em estética militar da Segunda Guerra Mundial, zombando da persona de Musk.
- “The Swasticar” — Uma paródia polêmica da Tesla com o slogan “Vai de 0 a 1939 em 3 segundos”, fazendo referência à simbologia nazista e sugerindo um tom autoritário em algumas das posturas do bilionário.
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Foto: divulgação grupo Everyone Hates Elon
- Críticas diretas à plataforma X, com frases como: “Delete sua conta. Se o bar aceita nazistas, é um bar nazista.” — um ataque direto à postura da rede social em relação a discursos de ódio.
Essas ações anteriores geraram ampla repercussão, com parte do público elogiando a criatividade e o sarcasmo do grupo, enquanto outros criticaram o tom agressivo e controverso das mensagens.
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Grupo continua arrecadando fundos para novos protestos em Londres
Após o protesto em Londres com o Tesla destruído, o grupo “Everyone Hates Elon” segue arrecadando doações por meio de plataformas como o Crowdfunder.
O objetivo é financiar novas ações artísticas e campanhas de protesto que utilizem humor, crítica social e arte para provocar reflexão sobre desigualdade, poder econômico e responsabilidade social.
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